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Fanini negocia acordo de colaboração premiada | Reprodução/RPC
Fanini negocia acordo de colaboração premiada| Foto: Reprodução/RPC

O ex-diretor da Secretaria de Educação Maurício Fanini, apontado como operador do esquema de desvio de recursos revelado pela operação Quadro Negro, afirmou em proposta de colaboração premiada que repassou R$ 500 mil para a compra de um apartamento para Marcello Richa (PSDB), filho do governador Beto Richa (PSDB) e pré-candidato a deputado estadual. Os citados negam irregularidades.

Fanini, que está preso em Brasília, tenta um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. O documento foi obtido com exclusividade pela RPC. O acordo de delação ainda não foi fechado.

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Segundo Fanini, o pedido foi feito por Luiz Abi, primo distante do governador Beto Richa, em 2013. Fanini diz que consultou o ex-governador sobre a solicitação e, segundo ele, o tucano referendou o pedido.

Como só tinha R$ 300 mil à disposição, Fanini afirmou que precisou retirar R$ 100 mil de aplicações financeiras e fez um empréstimo de cerca de R$ 100 mil para repassar o valor total solicitado para a compra do apartamento de Marcello. Os documentos que comprovam esses saques foram apresentados por Fanini à Procuradoria Geral da República.

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Outro lado

Em nota, Marcello Richa rebateu as acusações de Mauricio Fanini.

“O presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná, Marcello Richa, afirma que as suposições de Maurício Fanini são inverídicas e ressalta possuir toda a documentação referente à compra do seu apartamento, comprovando a legalidade e origens dos recursos. Rechaça qualquer citação referente a recebimento de valores para uma possível campanha e que o senhor Maurício, que é um criminoso confesso, tenta se beneficiar da delação premiada para amenizar sua pena com afirmações mentirosas e desprovidas de provas.”

Luiz Abi

Também à RPC, a defesa de Luiz Abi afirmou que todas as menções ao seu cliente são mentirosas e que o único objetivo de Maurício Fanini é firmar um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, envolvendo o máximo de pessoas próximas ao ex-governador Beto Richa. Disse ainda que Fanini tenta se isentar da responsabilidade dos crimes que ele cometeu e foram comprovados pela Justiça.

Beto Richa

O ex-governador Beto Richa, também por meio de nota enviada à RPC, rechaçou as denúncias de Fanini.

“A proposta de acordo de colaboração premiada de Maurício Fanini ainda se encontra sob sigilo e mais uma vez foi vazada criminosamente.

Esta forma ilícita de agir parece ser uma manobra arquitetada às vésperas do período eleitoral, na tentativa de nivelar todos os políticos por baixo.

Não faço parte desta cena deplorável, onde criminosos confessos buscam envolver pessoas inocentes em crimes que somente eles praticaram.

O que esses criminosos pretendem? Ora, a resposta é muito simples! Pretendem conseguir a redução das penas a que certamente serão condenados pelos crimes cometidos e já confessados à Justiça, mesmo que para isso tenham que envolver pessoas honestas.

No caso de Maurício Fanini, a condenação pelos crimes praticados e por ele próprio confessados chegará a 50 (CINQUENTA) anos de prisão!

Portanto, está mais do que explicado porque Fanini tenta delatar tudo e todos, sem, no entanto, apresentar quaisquer indícios de provas.

Qual a razão de dar credibilidade a um criminoso que realizou 870 depósitos em dinheiro vivo, em sua própria conta corrente, pagou cartões de crédito em dinheiro vivo e formou um patrimônio incompatível com sua renda?

É uma tentativa desesperada de delação, que pela ausência de provas, não será aceita pela Justiça. São acusações criminosas, com o objetivo de envolver pessoas inocentes, retirando o foco das fraudes por ele cometidas.

E para isso, mente descaradamente. Nem eu, nem qualquer membro da minha família, recebeu dinheiro desviado dos cofres públicos.

A compra do apartamento do meu filho Marcello foi realizada de forma regular, com recursos próprios e transferência bancária, sem a utilização de dinheiro vivo, o que foi esclarecido também pelo vendedor do apartamento, que foi ouvido duas vezes pelo Ministério Público Estadual.

Igualmente é criminosa a afirmação de que minha mulher teria solicitado 1.000 dólares para uma viagem de meu filho André ao Peru. Quem nos conhece sabe que não precisamos disso e a afirmação beira o absurdo.

Repito: é uma delação criminosa, sem provas, que busca apenas confundir as pessoas. Espero que a Justiça apure e esclareça rapidamente essa questão, para que os culpados sejam punidos de forma exemplar.”

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