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Bertoldi quando ainda era deputado estadual: sem registros de imagens da Câmara dos Deputados. | Jonathan Campos /Gazeta do Povo
Bertoldi quando ainda era deputado estadual: sem registros de imagens da Câmara dos Deputados.| Foto: Jonathan Campos /Gazeta do Povo

Condenado no ano passado pelos crimes de lesão corporal e vias de fato contra uma ex-companheira, o deputado federal Osmar Bertoldi (DEM), um dos 30 integrantes da bancada do Paraná, completou cinco meses de mandato. A atuação no plenário e nas comissões permanentes da Câmara dos Deputados tem sido discreta, mas os gastos da cota parlamentar com divulgação do mandato e serviços de consultoria têm destaque entre as despesas do deputado.

Primeiro suplente da coligação formada por PSDB, DEM, PR, PSC, PTdoB, PP, SD, PSD e PPS, Bertoldi ganhou uma cadeira definitiva em Brasília em janeiro deste ano. Assumiu a vaga deixada por Marcelo Belinati (PP), que renunciou ao mandato de deputado federal em função da vitória nas urnas para a prefeitura de Londrina. Antes, em novembro, após ter saído da prisão, conseguiu assumir uma das vagas abertas para suplentes.

Desde então, embora tenha registrado presença no painel eletrônico do plenário na maioria das sessões realizadas no período, Bertoldi não usou o microfone em nenhuma ocasião. Apesar disso, pagamentos por serviços de “divulgação do mandato” estão entre os maiores gastos do paranaense dentro da chamada “cota para o exercício da atividade parlamentar”: foram quase R$ 50 mil no período.

R$ 19 mil para empresa boutique

O maior gasto, mais de R$ 70 mil ao longo dos cinco meses, foi com a rubrica “consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos”, que também inclui atividades de monitoramento de mídia. Em dezembro de 2016, por exemplo, Bertoldi pagou R$ 19 mil apenas para a Caravelas Consultoria e Comunicação, uma empresa “boutique” – como a própria se define –, para serviços como “definição da estratégia de comunicação do deputado federal perante veículos da imprensa nacional” e “análise qualitativa de imprensa diária”.

A cota da atividade parlamentar oferecida pela Câmara dos Deputados é mensal e destinada a gastos que estejam vinculados ao exercício do mandato, como passagens aéreas para Brasília, aluguel de escritório no estado do parlamentar, entre outros. O valor máximo da cota depende da unidade da federação que o parlamentar representa. No caso do Paraná, o valor mensal é de R$ 38.871,86 para cada deputado federal. Ou seja, entre novembro de 2016 e março de 2017, Bertoldi poderia gastar até R$ 194.359,30. De acordo com registro no sistema da Câmara, ele usou R$ 165.118,45.

Três projetos de lei foram apresentados por Bertoldi até agora

Bertoldi também se socorreu à cota para pagar R$ 9 mil a um escritório de advocacia que o ajudou na formulação de três projetos de lei, todos protocolados em 20 de dezembro do ano passado.

Nas três proposições, a ideia do parlamentar é “ampliar a realização dos exames obrigatórios na triagem neonatal na rede pública”; criar “o Plantão Nacional de Orientação via Teleatendimento aos Usuários do Sistema Único de Saúde”; e “tornar público o acesso aos planos de voo”.

O paranaense ainda não relatou nenhuma proposição de colega – função que é dada pelos presidentes das comissões permanentes da Câmara dos Deputados. Até agora, ele participa como membro titular de um único colegiado da Casa: a Comissão de Seguridade Social e Família.

Sem imprensa

A atuação parlamentar discreta, especialmente em plenário, não é exclusividade deste mandato. Na época que era deputado estadual, raramente Bertoldi ocupava a tribuna principal da Assembleia Legislativa. Mas, agora, na Câmara dos Deputados, o parlamentar também tem evitado a imprensa.

A reportagem da Gazeta do Povo já tentou entrevistá-lo por três vezes desde que voltou à Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira (19), ao procurar o parlamentar por telefone, a informação de sua assessoria foi de que ele estava fora para um procedimento médico e só poderia atender a reportagem na semana que vem. No entanto, Bertoldi registrou voto na sessão da noite, que definiu que a reforma trabalhista tramitará com regime de urgência na Casa.

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