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Debate na RIC foi o penúltimo antes do primeiro turno. Encontro decisivo será nesta terça-feira (2), na RPC. | Denis Ferreira Netto/Gazeta do Povo
Debate na RIC foi o penúltimo antes do primeiro turno. Encontro decisivo será nesta terça-feira (2), na RPC.| Foto: Denis Ferreira Netto/Gazeta do Povo

Os quatro principais candidatos ao governo do Paraná têm agendas apertadas na última semana da campanha. Ratinho Junior (PSD), Cida Borghetti (PP), João Arruda (MDB) e Dr. Rosinha (PT) , além de Professor Piva (PSol), vão se encontrar na terça-feira (2) no debate da RPC , às 22h. Também irão percorrer diferentes locais do interior e da capital em busca de votos para fechar o pleito no 1º turno (caso do ex-secretário de Desenvolvimento Urbano) ou levar a disputa ao 2º turno (caso dos opositores).

A projeção leva em conta a pesquisa Ibope* divulgada na última quinta-feira ( 27). No cenário mais recente, Ratinho aparece na liderança com 44% das intenções de voto – e 54% no quadro de votos válidos –, contra 17% de Cida, 10% de Arruda e 6% do candidato do PT. A margem de erro deixa em aberto qualquer previsão de turno único.

O deputado estadual Ratinho Jr. lidera as intenções de voto e tem reagrupado forças para levar as eleições já no próximo dia 7. Ele aplicou R$ 1 milhão na campanha (1/4 nos últimos 15 dias) e contou com polpuda colaboração do pai, o apresentador Carlos Massa (Ratinho), que ajudou com R$ 700 mil. A própria equipe de marketing trabalha nas redes sociais com esse cenário em uma contagem regressiva para o 1º turno.

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O deputado deve concentrar a campanha dos últimos dias em Curitiba e na região metropolitana. Na capital, ele alcança 36% das intenções de voto, seu pior índice em qualquer estratificação do Ibope (sexo, idade, escolaridade, renda, religião, raça/cor e condição de muncípio). Ao longo da campanha e da pré-campanha, o candidato visitou mais de 200 cidades e realizou eventos em 35 municípios de médio e grande porte.

Já a governadora Cida Borghetti deve ampliar a divulgação da campanha nas redes sociais e no boca a boca no interior. Ela já aplicou R$ 755 mil em impulsionamentos no Facebook e é uma das recordistas nesse quesito em nível nacional. A candidata do PP deve percorrer 13 cidades do interior entre quarta e quinta-feira (como Guarapuava, Pato Branco, Umuarama, Cianorte, Paranavaí, Cornélio Procópio, Toledo e Foz do Iguaçu) e fazer campanha na região metropolitana de Curitiba na sexta-feira.

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Ela também destaca que o governo é aprovado por 65% dos eleitores, de acordo com o Ibope, e aposta em uma “arrancada” para o segundo turno. Cida também precisa melhorar os votos entre os eleitores com mais renda, homens e católicos, segundo o Ibope. A governadora já visitou 45 cidades neste mês de campanha.

A direção nacional do PP já doou mais de R$ 7 milhões para Cida, ou 77,3% do que a legislação eleitoral permite no 1° turno (R$ 9,1 milhões).

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João Arruda deve continuar a bater na tecla de que é o único candidato de oposição. Ele citou no debate televisivo da RIC que, numa eventual “separação de lados” na cabeça do eleitor, representa o ataque ao ex-governador Beto Richa (PSDB) e Cida e Ratinho, a “continuidade”. E que nesta reta final a “campanha começa de verdade” com chance dele se tornar mais conhecido. “Na campanha, eles [Ratinho e Cida] empurram o Richa para o rio e se apresentam como renovação, vestem máscaras de oposição, de independência. Mas não são”, afirmou, logo após o debate.

Arruda vai focar a campanha em Curitiba ao longo da semana com caminhadas, panfletagem e boca a boca. Ele também deve contar com apoio mais explícito do senador Roberto Requião (MDB), seu tio, que já usa o seu espaço no horário eleitoral gratuito do Senado para pedir voto a Arruda. Nas redes sociais deve reforçar a campanha em pautas que atingem o bolso do eleitorado paranaense.

Dr. Rosinha tem a estrutura mais enxuta de campanha entre os favoritos e aposta na campanha de rua, principalmente pela capital. No Facebook, a equipe tenta aproximar o candidato do eleitorado com memes e vídeos que têm potencial de viralizar em aplicativos de mensagens instantâneas, além de programas que citam o ex-presidente Lula (PT). De acordo com o Ibope, o candidato ainda precisa encontrar fôlego entre homens, eleitores com mais de 40 anos, evangélicos e de baixa escolarização.

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Expectativa para o debate

Ratinho Junior (PSD)

Certamente será a vidraça no encontro da RPC, mais uma vez. No último debate, na RIC, foi atacado por Arruda (pela proximidade com Beto Richa, o pedágio e o 29 de abril), Piva (pela relação com Richa), Dr. Rosinha (pelo apoio de Bolsonaro) e Cida (pela promessa de redução de pastas). Logo após a roda de inquirições, disse que os adversários representam a “velha política da agressão” e que reagiu apenas pela “defesa da honra”, mas que busca ser mais propositivo. Também refutou a proximidade com Beto Richa. “Se eu quisesse ser o sucessor, teria sido vice lá atrás. Eu quero um projeto novo, independente, com uma nova metodologia de trabalho.”

Cida Borghetti (PP)

Cida não tem o estilo de ir para o confronto direto com os adversários, muito menos com Ratinho. Ela também deve apelar mais uma vez para as realizações do governo nos últimos meses como a criação da Divisão de Combate à Corrupção e o acerto com os caminhoneiros depois da greve que paralisou o país em maio. Depois do encontro da RIC, a candidata também tentou se descolar da imagem de Beto Richa. “Eu tomei a coragem de pedir a expulsão do Beto Richa da minha chapa, com bastante clareza.” Apesar da atitude, a afirmação não tem impacto na prática. Mas esse pode ser o último ato da sua campanha, o que pode forçar um perfil mais enfático.

João Arruda (MDB)

O deputado federal não tem nada a perder e deve empurrar o ônus do governo Richa para o colo de Ratinho. Na mesma onda, pode atacar Cida Borghetti pela “passividade” diante dos escândalos que envolvem o ex-governador. No debate da RIC, no entanto, ele não foi incomodado com o apoio a Michel Temer (MDB) e desta vez pode se ver obrigado a sair um pouco do discurso de oposição.

Dr. Rosinha (PT)

Rosinha não tem perfil de ataque e tentou nacionalizar o último debate ao citar as polêmicas de Jair Bolsonaro (PSL) e a herança de Lula. E também disse que os governantes dos estados serão reféns de um “modelo econômico limitado”. Mas como essa será a última aparição dos candidatos na TV sem a roupagem do marketing, Rosinha pode tentar atacar mais os oponentes que trabalharam no governo Richa para engrossar o discurso de oposição.

Metodologia

*Pesquisa realizada pelo Ibope de 24/set a 26/set/2018 com 1.204 entrevistados (Paraná). Contratada por: SOCIEDADE RADIO EMISSORA PARANAENSE SA / TV PARANAENSE, REDE PARANAENSE . Registro no TSE: PR-07128/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 95%. OBS: A pesquisa está sendo impugnada por representação eleitoral em razão de alegadas discrepâncias técnicas concernentes à estratificação do eleitorado.

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