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Eleitos do Paraná para a Câmara Federal gastaram R$ 29 milhões em verbas provenientes de fundos políticos. | Arquivo /Gazeta do Povo
Eleitos do Paraná para a Câmara Federal gastaram R$ 29 milhões em verbas provenientes de fundos políticos.| Foto: Arquivo /Gazeta do Povo

Os 30 candidatos eleitos para uma cadeira de deputado federal pelo Paraná registraram uma receita de aproximadamente R$ 35 milhões para suas campanhas políticas. Deste total, a maior parcela – quase R$ 29 milhões - foi transferida aos candidatos pelos partidos políticos, através do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário), ambos abastecidos por dinheiro público. Além dos partidos políticos, a doação de pessoas físicas (R$ 4,4 milhões) e a “autodoação” (R$ 2,5 milhões), ou seja, quando o próprio candidato injeta dinheiro na sua campanha, também são financiadores dos eleitos.

Os valores, contudo, ainda podem ser alterados, já que, formalmente, os candidatos permanecem dentro do prazo – até 6 de novembro – para apresentar à Justiça Eleitoral as prestações de contas finais das campanhas.

Com base em informações disponibilizadas até aqui, 18 de outubro, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Gazeta do Povo levantou que quase R$ 29 milhões foram repassados pelas siglas a 24 eleitos para a bancada do Paraná na Câmara dos Deputados. Ou seja, apenas seis eleitos não receberam qualquer dinheiro dos fundos partidários. Entre os seis, nenhum estava na condição de candidato à reeleição. 

Caso de Sargento Fahur (PSD), o candidato eleito com o maior número de votos dentro da bancada do Paraná. Ele informou ter arrecadado um total de R$ 221.430,00 – R$ 60 mil foi tirado do próprio bolso. Doações de pessoas físicas completaram os recursos do campeão de votos – R$ 100 mil foram depositados por um único doador, José Carlos Valente Pontes.

Os três eleitos pelo PSL, a legenda do candidato a presidente da República Jair Bolsonaro, também integram o grupo minoritário, que fez campanha sem dinheiro do partido político: Felipe Francischini, Filipe Barros e Aline Sleutjes

Segundo mais votado, Felipe Francischini registrou uma receita total de R$ 96.500,00 - R$ 75 mil foram depositados por um único correligionário, o empresário Wilson Picler (PSL), que chegou a se registrar para a disputa ao Senado, e depois desistiu. 

Já Filipe Barros e Aline Sleutjes resolveram investir na própria campanha. Barros, que hoje é vereador de Londrina, fez uma “autodoação” de R$ 129 mil (no total, ele arrecadou R$ 286 mil). Aline, que informou ao TSE ter um patrimônio de pouco mais de R$ 130 mil, tirou R$ 82.699,50 do próprio bolso para fazer campanha. O valor da “autodoação” representou quase a totalidade do arrecadado por ela - R$ 94.299,50. 

Os outros dois candidatos que não receberam ajuda financeira dos partidos políticos são o ex-vereador de Londrina Emerson Petriv, o Boca Aberta (PROS), e o empresário Nelsi Coguetto Maria, o Vermelho (PSD).

Boca Aberta, contudo, acabou recebendo ajuda de outro filiado do PROS, o deputado federal reeleito pelo Paraná Toninho Wandscheer. O parlamentar e dois filhos dele - Marcos Eduardo Wandscheer e Tiago Henrique Wandscheer – doaram um total de R$ 250 mil ao aliado. 

Já Vermelho registrou um único doador, ele próprio. Empresário da construção civil, advogado e ex-prefeito de Salto do Lontra (Oeste), Vermelho declarou à Justiça Eleitoral ter mais de R$ 8,5 milhões em bens, o que o torna o eleito mais rico dentro da bancada do Paraná. Para fazer sua campanha, ele utilizou R$ 500 mil do seu dinheiro. 

Todos os demais eleitos contaram com ajuda dos seus partidos políticos (veja lista logo abaixo). Duas candidatas mulheres foram as maiores beneficiadas com dinheiro de legenda: a reeleita Christiane Yared, que recebeu R$ 2,3 milhões do seu Partido da República (PR); e a novata Luísa Canziani (filha do deputado federal Alex Canziani), que recebeu R$ 2,2 milhões do seu Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Também houve quem recebesse uma ajuda “adicional”, de uma sigla aliada: Pedro Lupion foi eleito pelo DEM e recebeu R$ 200 mil do Partido Progressista (PP), via Fundo Partidário. Lupion é um dos principais aliados da governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), derrotada na disputa ao Palácio Iguaçu. 

Os aliados do candidato eleito ao Senado Oriovisto Guimarães (PODE), fundador do grupo Positivo, também acabaram beneficiados. Oriovisto repassou dinheiro a três candidatos eleitos na bancada do Paraná: Ney Leprevost (PSD) recebeu R$ 100 mil; Rubens Bueno (PPS), R$ 30 mil; e Sandro Alex (PSD), R$ 25 mil.

CONFIRA OS VALORES DA CAMPANHA ELEITORAL (*)

Total arrecadado pelos 30 desputados federais eleitos pelo Paraná: R$ 35.952.833,68

FONTES DE RECEITA 

Partido político: R$ 28.977.479,35

Autodoação: R$ 2.553.595,68

Doação de pessoa física: R$ 4.421.758,65

CONFIRA APENAS OS REPASSES FEITOS PELOS PARTIDOS POLÍTICOS

Christiane Yared (PR) R$ 2.320.854,67

Luísa Canziani (PTB): R$ 2.208.553,67

Giacobo (PR) R$ 2.000.000,00

Luiz Nishimori (PR) R$ 2.000.000,00

Luciano Ducci (PSB) R$ 1.600.000,00

Ricardo Barros (PP) R$ 1.553.224,00

Hermes Frangão Parcianello (MDB) R$ 1.500.000,00

Sérgio Souza (MDB) R$ 1.500.000,00

Aliel Machado (PSB) R$ 1.300.000,00

Gleisi (PT) R$ 1.300.000,00

Rubens Bueno (PPS) R$ 1.168.128,11

Leandre (PV) R$ 1.100.000,00

Ney Leprevost (PSD) R$ 1.099.000,00

Schiavinato (PP) R$ 1.090.692,00

Sandro Alex (PSD) R$ 1.050.000,00

Paulo Martins (PSC) R$ 1.000.000,00

Ênio Verri (PT) R$ 894.418,00

Zeca Dirceu (PT) R$ 893.933,74

Pedro Lupion (DEM) R$ 700.000,00

Aroldo Martins (PRB) R$ 652.075,16

Luizão Goulart (PRB) R$ 650.000,00

Diego Garcia (PODE) R$ 500.000,00

Gustavo Fruet (PDT) R$ 450.000,00

Toninho Wandscheer (PROS) R$ 446.600,00

Aline Sleutjes (PSL) -

Boca Aberta (PROS) -

Felipe Francischini (PSL) - 

Filipe Barros (PSL) - 

Sargento Fahur (PSD) - 

Vermelho (PSD) - 

TOTAL R$ 28.977.479,35

(*) Levando-se em consideração os dados do TSE disponibilizados até 18 de outubro de 2018; os valores podem ser alterados até 06 de novembro de 2018.

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