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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A primeira eleição pós-29 de abril de 2015 no Paraná conta com 104 professores entre postulantes a cargos na Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa, Senado Federal (e suplentes) e Palácio Iguaçu. Noventa levam o nome “professor” nas urnas. A Batalha do Centro Cívico terminou com 213 feridos.

São 1.237 concorrentes em 2018, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número inclui os suplentes e Ogier Buchi (PSL), que já aparece no sistema oficial das candidaturas. Professores dos ensinos fundamental, médio, superior e técnico representam cerca de 8,4% do total, atrás apenas de empresários (174, ou 14%). Os representantes da educação estão à frente de advogados (99, ou 7,9%) e atuais deputados (60, ou 4,8%).

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De acordo com o registro de candidaturas, 45 candidatos a deputado estadual, 41 a deputado federal, dois concorrentes ao Palácio Iguaçu, um vice e um 1° suplente têm “professor” no nome de urna. Os demais 14 optaram por usar apenas o nome próprio ou algum apelido.

Quatro candidatos ao governo são professores: Professor Ivan Bernardo (PSTU) e Professor Jorge Bernardi (Rede) optaram pela profissão no nome da urna; Piva (PSol) e Priscila Ebara (PCO) não. O candidato do PSol concorreu ao Senado em 2014 com “professor” no nome, mas tirou a alcunha neste ano. Eles representam 44,4% do total de candidatos.

Apenas Professora Eliana Cortez (MDB), candidata na chapa de João Arruda (MDB), é professora na disputa dos vices, que conta com mais advogados (Hallyson Coutinho – PCO, na chapa de Priscila Ebara, e Juliano Murbach – PPL, na chapa de Jorge Bernardi) e empresários (Darci Piana – PSD, na chapa de Ratinho Jr., e Eliceu Palmonari – PRTB, na chapa de Geonísio Marinho).

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Não há concorrentes com professor no nome entre os candidatos ao Senado, mas Flávio Arns (Rede), Gilson Mezzarobba (PCO), Jacqueline Parmigiani (PSol) têm carreiras sólidas nas salas de aula. O primeiro entrou em licença em julho, segundo sua assessoria de imprensa. Oriovisto Guimarães (Podemos) é empresário e dono de uma das maiores redes de ensino particular da América Latina. O único que optou por levar a educação para as urnas é Professor José Odenir (PSol), 1° suplente e Parmigiani (PSol).

Os professores de Ensino Médio (28 candidatos a deputado federal e 22 a deputado estadual, 3 ao governo, 2 ao Senado e 1 a vice, ou 56 no total) dominam a categoria, com Ensino Superior (12 candidatos a deputado federal, 8 a estadual, 1 ao governo e 1 ao Senado, ou 23 no total) logo atrás. A maioria dos empresários concorre a uma cadeira na Assembleia Legislativa (118), mesmo desejo dos advogados (49 candidatos).

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Em 2014 havia apenas um professor candidato ao Senado (Piva – PSol) e nenhum ao governo estadual. E 41 se anunciavam como professor na urna entre os postulantes à Assembleia Legislativa e 19 à Câmara Federal.

Para o cientista político Mário Sérgio Lepre, professor da PUCPR, a tentativa de usar “professor” na urna tem como foco a empatia. “Parece transmitir sabedoria, alguém que lida com todos os aspectos da política. A mesma função do delegado, de tentar vender a ideia de ordem. Ao mesmo tempo é uma profissão que tem contato com muita gente, então há uma tentativa de usar essa ‘clientela’ no eleitorado”, afirma.

O professor Luiz Domingos Costa, da Uninter, especialista em política partidária, considera um aumento no número de professores candidatos desde o final dos anos 1990 e começo dos anos 2000 principalmente em partidos de esquerda. “Tem autores que chamam isso de popularização da classe política. Esse processo teve certa interrupção com a crise da esquerda, mas voltou a crescer com a crise do governo Temer (MDB). Tem a ver com um processo mais amplo de fortalecimento de categorias médias, das disputas por espaços com os empresários”, explica. “Leva a crer que a atuação dos partidos acontece em muitos estratos sociais”.

Câmara

São 434 postulantes a 30 vagas na Câmara dos Deputados em 2018. Entre eles há 47 professores, 46 empresários, 36 advogados, 23 comerciantes e 15 representantes das forças de segurança pública (Polícia Militar, Polícia Civil, Exército e Bombeiros). Os professores correspondem a 10,8% do total.

Entre os que usam nome da urna são 41 professores, 2 investigadores, 2 coronéis, 6 pastores, 11 médicos, 3 delegados e ainda um bispo, um major, uma pedagoga, um policial e um veterinário.

Os mais conhecidos são Professora Josete (PT) e Professor Silberto (MDB), vereadores de Curitiba. O PSol é o partido com mais educadores: 8.

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Assembleia

São 742 postulantes a 54 vagas na Assembleia Legislativa do Paraná. Os professores aparecem em terceiro na lista com 48, atrás de 118 empresários e 49 advogados, e na frente de 36 comerciantes e 16 integrantes de segurança pública (Polícia Militar e Polícia Civil). Os professores representam cerca de 6,4% do total.

Os professores são maioria entre os que optam por nomes nas urnas, com 45 representantes, à frente de 21 médicos, 8 pastores, 3 soldados, 3 policiais e ainda um agente, um capitão, um comandante, um guarda municipal, uma podóloga e uma pedagoga.

Os mais conhecidos são Professor Euler (PSD), vereador de Curitiba, Professor Galdino (PSL), ex-vereador da capital, e Professor Lemos (PT), candidato à reeleição.

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