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As ferramentas de impulsionamento de imagem no Facebook e no Google tiveram impacto reduzido nas principais disputas do Paraná. Eleito governador no primeiro turno, Ratinho Júnior (PSD) foi apenas o terceiro que mais usou a ferramenta, atrás de Cida Borghetti (PP) e João Arruda (MDB).

No Senado, Roberto Requião (MDB), Mirian Gonçalves (PT) e Beto Richa (PSDB) lideraram os impulsionamentos, muito à frente de Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flávio Arns (Rede), que acabaram eleitos. Já os deputados federais e estaduais que alcançaram as maiores votações sequer usaram as ferramentas.

O levantamento da Gazeta do Povo usou as planilhas públicas de prestação de contas disponíveis no DivulgaCand, sistema de registro das candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As campanhas têm até o dia 6 de novembro para apresentarem à Justiça Eleitoral as declarações completas de receitas e despesas.

Disputa para o governo

Ratinho usou apenas R$ 145 mil dos R$ 8,8 milhões que estavam à sua disposição para alcance nas redes sociais, cerca de 1,7% dos seus gastos – ele declarou até o momento despesas de R$ 8,3 milhões. Os maiores investimentos foram em marketing, gráficas e empresas de som e imagem para a campanha de TV e rádio.

Cida Borghetti gastou R$ 1,28 milhão (única a ultrapassar a marca dos seis dígitos no Paraná) entre Google e Facebook, o que representa 21,2% dos gastos totais de R$ 6,07 milhões. Apenas com o Facebook a atual governadora gastou R$ 1,108 milhão, um dos maiores investimentos do país.

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João Arruda, terceiro colocado na disputa, usou R$ 370 mil dos R$ 5,17 milhões recebidos ( 7,1%) de fundos eleitorais e pessoas físicas, e Jorge Bernardi (Rede) gastou R$ 4 mil entre R$ 126 mil disponíveis (3,1%).

Os demais candidatos optaram por não usar os recursos da campanha para impulsionamento e priorizaram a divulgação na rua.

Senado

A disputa do Senado destaca ainda mais a “insignificância” dos impulsionamentos nas eleições. Orioviosto e Arns gastaram apenas R$ 15 mil e R$ 6,9 mil, respectivamente.

O fundador do Grupo Positivo teve a maior receita entre todos os concorrentes ao Senado, com R$ 3,44 milhões em caixa, mas declarou gastos de R$ 1,3 milhão até o momento – 1,1% com impulsionamentos. Flávio Arns arrecadou R$ 317,9 mil e usou apenas 2,1% para comprar alcance nas redes sociais.

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Requião, Richa e Mirian lideraram os gastos nessa modalidade, mas não foram eleitos. Requião ficou em terceiro nas eleições, distante 800 mil votos de Arns. A petista ficou em 5º com 599 mil votos e o tucano em 6°, com 377 mil votos. Os gastos com impulsionamento representaram 81,2% no caso de Requião, 3,1% no de Richa e 8,3% no de Mirian.

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Legislativos

Os principais campeões de votos para a Assembleia Legislativa do Paraná e Câmara dos Deputados não usaram as ferramentas de impulsionamento na campanha, ainda que a maioria eleita tenha recorrido a essa modalidade: 18 deputados federais (entre 30) e 34 estaduais (entre 54).

Sargento Fahrur (PSD) e Felipe Francischini (PSL) fizeram, juntos, 556.500 votos na disputa de deputado federal e foram eleitos com sobras, inclusive angariando a entrada de parlamentares que fizeram poucos votos. Fahrur é uma celebridade no Facebook, seguido por 3 milhões de pessoas, enquanto Francischini é um dos principais organizadores da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) no Paraná desde o ano passado. Ambos já surfavam na onda da nova direita desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Os maiores gastos deles foram com materiais impressos e adesivagem.

Entre os 18 deputados federais eleitos que usaram essa ferramenta os campeões foram Sérgio Souza (MDB), Ricardo Barros (PP), Luiza Canziani (PTB) e Gleisi Hoffmann (PT), com gastos superiores a R$ 90 mil. Os que menos usaram foram Hermes Frangão (MDB) e Luiz Nishimori (PR) , com R$ 990 e R$ 1,5 mil, respectivamente.

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Doze eleitos não usaram esse recurso ao longo da campanha e seis deputados federais que tentavam a reeleição apostaram nessa estratégia, mas foram vencidos pelos demais.

Essas entradas mais amplas na internet também foram usadas por 34 deputados estaduais eleitos. Márcio Pacheco (PPL), Maria Victória (PP), Professor Lemos (PT), Requião Filho (MDB) e Mauro Moraes (PSD) foram os que mais usaram, com gastos entre R$ 23 mil e R$ 55 mil. Os que menos gastaram foram Cristina Silvestri (PPS), Luciana Rafagnin (PT) e Ademar Traiano (PSDB). Os valores não alcançaram R$ 1 mil. Traiano, atual presidente da Assembleia Legislativa, reeleito com 43.601 votos, gastou apenas R$ 20.

Delegado Francischini (PSL) e Alexandre Curi (PSB), os líderes em votos na Assembleia, não gastaram dinheiro com impulsionamento e priorizaram recursos para pesquisas eleitorais e gráficas. Eles têm currículos públicos de pelo menos dez anos e não vislumbraram necessidade desses investimentos. O primeiro foi o deputado estadual mais bem votado da história, em 2018, enquanto Curi obteve essa marca em 2010.

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Gilberto Ribeiro (PP), Galo (Podemos) e Estacho (PV), que têm boas entradas nas redes sociais por conta dos trabalhos na televisão e no YouTube, também não usaram o artifício, e mesmo assim conseguiram se eleger.

Entre aqueles que mais gastaram, mas não obtiveram vagas, está o vereador de Curitiba Pier Petruzziello (PSB), que apostou R$ 61 mil para levar o nome para o interior, mais do que qualquer deputado eleito. George (PMN), vereador em Ponta Grossa, foi o segundo a mais gastar (R$ 30 mil) entre aqueles que não farão parte da legislatura 2019-2022.

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