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Beto Richa (PSDB) passou quatro dias preso na semana passada e foi solto na madrugada de sábado (15). | Lineu Filho/Tribuna do Parana
Beto Richa (PSDB) passou quatro dias preso na semana passada e foi solto na madrugada de sábado (15).| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Parana

Esta segunda-feira (17) foi a primeira oportunidade para o ex-governador Beto Richa (PSDB) se explicar aos paranaenses no horário gratuito de propaganda eleitoral. Porém, durante a propaganda obrigatória da manhã, no rádio, e da hora do almoço, na televisão, o tucano não falou aos eleitores. O horário da coligação destinado aos candidatos ao Senado foi todo ocupado pelo outro concorrente da chapa, Alex Canziani (PTB). O tucano deve falar aos paranaenses no horário da noite, como antecipou o blog Caixa Zero.

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A ausência no horário eleitoral lança mais dúvidas sobre o futuro da candidatura de Richa. Na última sexta-feira (14), a soltura do ex-governador foi acompanhada por uma equipe de produção audiovisual – o que parecia um indício de que a campanha do tucano continuava em pé. Na saída do Regimento de Polícia Montada – onde estava preso desde terça-feira (11) –, Richa prometeu seguir na disputa por uma vaga no Senado. “Entrei aqui um homem honrado e saio daqui um homem honrado”, disse, em pronunciamento à imprensa.

Apesar da fala do ex-governador, na coligação o assunto está longe de ser consenso. Na semana passada, Cida Borghetti (PP) disse, em entrevista à RPC, que “não seria confortável” subir no palanque junto ao ex-governador. Na manhã desta segunda-feira (17) a situação se agravou: Cida exigiu que Richa desista da candidatura. Integrantes da coligação também consideram a situação como irreversível. Mesmo assim, o tucano afirma que segue na disputa.

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Relembre o caso

Beto Richa (PSDB) foi preso temporariamente na última terça-feira (11) no âmbito da Operação Rádio Patrulha. A investigação – conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR) – se debruça sobre fraudes no programa Patrulha do Campo, destinado à conservação de estradas rurais, entre os anos de 2012 e 2014.

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O inquérito tem como base a delação premiada do ex-deputado estadual Tony Garcia. Em entrevista à Gazeta do Povo neste domingo (16), Tony detalhou o conteúdo da delação. Além de Richa,outras 14 pessoas tiveram mandados de prisãocumpridos. Entre os presos estavam a esposa do ex-governador, Fernanda Richa; seu irmão, Pepe Richa; e nomes próximos ao tucano (Ezequias Moreira, ex-secretário de Cerimonial e Relações Exteriores; Luiz Abi Antoun, primo de Richa; e Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do tucano). O empresário Joel Malucelli também foi preso.

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Na sexta-feira (14), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura de todos os presos. Apenas Deonilson Roldo permanece na cadeia, porque foi preso preventivamente em outra operação, a Piloto, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).

Outro lado

A advogada de Richa, Antonia Neves Sanches, afirmou que não há razão para a prisão, e acusou o Ministério Público de “oportunismo” ao deflagrar a operação em período eleitoral. O defensor de Fernanda Richa, Eduardo Sanz, disse que a prisão é “excessiva, inadequada e desnecessária”, e afirmou que sua cliente sempre esteve à disposição da Justiça e entregou todos os documentos solicitados pelo Ministério Público, em ocasiões anteriores.

Richa também divulgou uma nota. Veja na íntegra:

“Mensagem ao povo paranaense

Enfrento com serenidade e confiança qualquer acusação, mas devo dizer que eu e minha família estamos sofrendo muito com o julgamento antecipado que nos está sendo imposto. Sou um homem público há mais de duas décadas, com a mesma honradez. Tenho a consciência em paz e sei que, no devido tempo, a verdade sempre se impõe.

Garanto a você, que me conhece e para quem exerço com responsabilidade a vocação que Deus me deu: nada devo e sigo confiando na justiça.”

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