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Vista aérea do Centro Cívico, onde estão as sedes dos três poderes estaduais: jogo político mudou de mãos. | Arquivo/Gazeta do Povo
Vista aérea do Centro Cívico, onde estão as sedes dos três poderes estaduais: jogo político mudou de mãos.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Com a eleição para o governo do Paraná encerrada já no primeiro turno, é perceptível a mudança brusca das forças políticas que ditarão os rumos no estado pelos próximos quatro anos. Dois sobrenomes que há décadas tinham seguidos sucessos nas urnas foram praticamente eliminados da vida pública − na melhor das hipóteses, terão de retornar ao fim da fila por meio dos herdeiros. Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (MDB) acabaram fragorosamente derrotados na disputa pelo Senado.

Em contrapartida, outros dois nomes de segundo escalão transformaram-se, ao menos por ora, nos políticos mais poderosos do estado. Ratinho Junior (PSD) elegeu-se governador no primeiro turno, enquanto Delegado Francischini (PSL) surfou na onda bolsonarista e recebeu a maior votação da história de um deputado estadual.

Veja abaixo os ganhadores e perdedores do pleito do último dia 7 de outubro:

+ QUEM GANHOU

Ratinho Junior

Construiu uma trajetória política de 15 anos descolado dos figurões locais e, depois de parecer ter regredido muitas casas com a derrota para prefeito de Curitiba em 2012, ressurgiu. Graças às alianças construídas nos municípios durante a passagem como secretário do Desenvolvimento Urbano e também pela falta de adversários, ganhou a eleição para governador com 60% dos votos.

Família Francischini

Um dos principais aliados de Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Francischini abriu mão de disputar o Senado e, para poder se dedicar mais à campanha presidencial, candidatou-se a deputado estadual. Fez a maior votação da história do Paraná e ajudou a carregar outros sete parlamentares do PSL para a Assembleia Legislativa. De quebra, o filho, Felipe Francischini (PSL), foi o segundo mais votado para deputado federal.

Arns e Oriovisto

No início da campanha, todos apostavam as fichas na eleição de Richa e Requião. No meio do caminho, porém, o tucano foi preso. Já o emedebista, que até a véspera do pleito era o mais citado nas pesquisas, também acabou preterido pelos eleitores. Beneficiaram-se dessa dupla derrocada, o ex-senador Flavio Arns (Rede) e o empresário Professor Oriovisto Guimarães (Podemos). Ambos terão mandato no Senado até 2026.

Representação feminina

Apesar de representarem apenas 10,2% dos candidatos eleitos para os 88 cargos que estavam em disputa no estado neste pleito, as mulheres conquistaram mais espaço. Na Câmara Federal, a bancada feminina saltou de duas eleitas em 2014 para cinco neste ano. Já na Assembleia Legislativa, o salto foi de três para quatro deputadas.

OS ELEITOS: Veja aqui todos os candidatos eleitos no Paraná

- QUEM PERDEU

Família Richa

De favorito a conquistar uma das duas cadeiras ao Senado em disputa, Richa foi atropelado pelo desgaste de dois mandatos como governador e, principalmente, pela prisão na Operação Rádio Patrulha. De vice-líder nas primeiras pesquisas, terminou apenas em sexto lugar e terá grandes dificuldades para retomar a trajetória política. Já o filho dele, Marcello Richa (PSDB), fez apenas 20 mil votos e também não conseguiu se eleger deputado estadual.

PSDB estadual

Partido mais poderoso do Paraná ao longo dos últimos oito anos, transformou-se quase numa legenda nanica. Seis meses após Beto Richa deixar o governo, o PSDB perdeu o Palácio Iguaçu, viu seu principal líder definhar na disputa ao Senado, perdeu as duas cadeiras que tinha na Câmara Federal e teve sua bancada estadual reduzida de cinco para três parlamentares.

Roberto Requião

Numa trajetória política ininterrupta desde a década de 1980, Requião era tido como nome imbatível para se reeleger senador. Mas, aos 77 anos, não foi páreo para a onda contra a “velha política” que parece ter tomado conta do país e também deixou outros vários figurões sem mandato em outros estados. Como consolo, Requião Filho (MDB) se reelegeu como quarto deputado estadual mais votado.

Alvaro Dias

Apostando no discurso anti-PT, o senador do Podemos contava com o Paraná para dar o impulso necessário à candidatura presidencial dele. Chegou até mesmo a tirar da disputa pelo governo do estado o irmão, o ex-senador Osmar Dias (PDT), na tentativa de unificar o discurso em torno do nome dele no estado. Acabou apenas como quarto mais votado no Paraná e não atingiu sequer 1% dos votos nacionais, terminando em 9º lugar. Pode enfrentar dificuldades para se reeleger senador em 2022.

Cida Borghetti

A atual governadora, do PP, fez um governo completamente voltado à campanha eleitoral ao longo de seis meses. Derramou dinheiro nas prefeituras em busca de apoio e promoveu uma série de ações midiáticas para tentar conquistar o eleitorado, envolvendo pedágio, reajuste ao funcionalismo e combate à corrupção. Mas obteve pouco mais de 15% dos votos e foi derrotada logo no primeiro turno por Ratinho. Apesar disso, o marido e a filha conseguiram se reeleger: Ricardo Barros (PP) deputado federal e Maria Victoria (PP) deputada estadual.

Políticos tradicionais

A lista de nomes enraizados há anos na política estadual e que foram mandados para casa neste anos é grande: Valdir Rossoni (PSDB), Luiz Carlos Hauly (PSDB), Osmar Serraglio (PP), Takayama (PSC), Assis do Couto (PDT), Alfredo Kaefer (PP), Elio Rusch (DEM), Nereu Moura (MDB), Péricles de Mello (PT).

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