• Carregando...
Francischini é o principal apoiador de Jair Bolsonaro no Paraná . | Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Francischini é o principal apoiador de Jair Bolsonaro no Paraná .| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Atualmente deputado federal, Fernando Francischini (PSL) se coloca como pré-candidato ao Senado pelo Paraná por dois motivos principais. Primeiro, para fazer frente a dois dos três atuais senadores pelo estado – que, segundo ele, não representam o que os paranaenses pensam atualmente. “O alinhamento de Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) à esquerda faz com que o Paraná fique sem representatividade no Senado. É preciso que haja uma candidatura de direita, em defesa da família e da Operação Lava Jato”, disse.

Além disso, a candidatura, segundo ele, vem da necessidade de fazer um palanque paranaense para Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à presidência da República. “Já fui deputado federal por dois mandatos, acho que é suficiente”, afirmou. Quem deve buscar os votos de Francischini para a Câmara dos Deputados é o filho dele, Felipe, que atualmente é deputado estadual. A ideia é de que o “herdeiro” dê continuidade aos projetos encaminhados pelo pai no Congresso Nacional.

Em entrevista à Gazeta do Povo na manhã desta segunda-feira (14), Francischini falou sobre seus posicionamentos e trajetória política. Confira os principais assuntos tratados e veja a entrevista na íntegra:

29 de abril

Na época em que foi secretário de Segurança Pública do Paraná, Francischini foi protagonista no episódio que ficou conhecido como 29 de abril, em 2015. Na época, 213 pessoas ficaram feridas quando protestavam contra medidas de ajuste fiscal que estavam sendo votadas na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), ainda durante o mandato do ex-governador Beto Richa (PSDB).

Questionado sobre o fato, Francischini disse que não se arrepende do ocorrido e que agiria de forma semelhante novamente. “Se eu tivesse que colocar a minha carreira em risco para garantir a manutenção da lei e da ordem, como naquele dia, eu faria de novo”, afirmou. Entretanto, disse que procuraria isolar o grupo de professores dos “radicais” que estavam infiltrados na multidão. “Se não houvesse ação policial, o resultado seria a destruição completa da Alep e do Centro Cívico”, disse.

Radicalismo e mudanças partidárias

Questionado sobre o que muitos dizem ser um radicalismo em suas posições, Francischini se classificou como um “Bolsonaro light”. “Discordo de alguns votos do Bolsonaro, mas tenho alinhamento com ele na questão de segurança pública”, disse. Para o pré-candidato, na fala de Bolsonaro transparece a “indignação do povo brasileiro”.

Sobre as mudanças de partido ao longo da carreira política – foram quatro em oito anos de vida pública –, Francischini afirmou que o sistema político brasileiro é uma “gelatina política”. “Eu não me sentia representado onde estava, por isso mudei de partido. Espero que o PSL se mantenha como está ideologicamente, mantendo as nossas convicções nos próximos quatro anos”.

Reformas

Na opinião de Francischini, a reforma trabalhista feita na gestão Temer ainda deixou muitas pendências. O ponto com o qual o pré-candidato mais concorda é o fim do imposto sindical. “Sei que não são todos os sindicatos que são bandidos, mas sou contra o imposto”. Além disso, o atual deputado afirmou que não concorda que o acordo sindical fique acima do que está previsto nas leis trabalhistas. “Eu acho que esse artigo é inconstitucional”, disse.

Francischini afirmou que, na sua visão, a reforma da previdência poderia ajudar o país a sair da crise, mas acredita que há pontos de discordância. “Sou contra a idade mínima de 65 anos porque sei o que é a vida de um trabalhador rural, por exemplo. Com 50 anos ele parece ter 70. Desse jeito, nunca se aposentaria”, disse.

Já sobre a reforma política, o principal aspecto abordado por Francischini está relacionado ao sistema proporcional. Para ele, o esquema atual elege pessoas desconhecidas da população, por causa dos puxadores de voto na legenda. Ele também não concorda com a “ lista fechada, que o PT defendia, porque é a pior alternativa de todas”.

A melhor solução, para ele, seria o voto distrital misto, pois traria mais representatividade. “O distritão era um pouco melhor que o sistema atual, porque acabava com os puxadores de voto e os partidos de aluguel”, disse.

Lula e Operação Lava Jato

Na opinião do pré-candidato, a Operação Lava Jato é uma “instituição de estado”. “O juiz Sérgio Moro é um exemplo para todo o país”, disse. Segundo o deputado federal, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi acertada, mas não está sendo cumprida onde deveria. “Lula deveria estar no presídio, e não incomodando os moradores do Santa Cândida”, declarou.

Aborto e união homoafetiva

Com relação aos costumes, Francischini reafirmou seu posicionamento conservador, dizendo ser contra o aborto. “As cláusulas que já estão na lei contemplam o que acho é necessário”, disse. A respeito da união homoafetiva, o pré-candidato afirmou que “a sociedade se regulamenta sozinha”. “Eu não votaria uma lei sobre isso”, disse. Já se o assunto fosse a adoção por casais gays, Francischini afirmou que votaria contra.

Relembre outras sabatinas

Francischini foi o sexto pré-candidato ao Senado entrevistado pela Gazeta do Povo. Já passaram pelas entrevistas os pré-candidatos Alex Canziani (PTB), Ney Leprevost (PSD), Professor Oriovisto (Podemos), Christiane Yared (PR) e Flávio Arns (Rede). Relembre como foram as sabatinas.

Nesta semana acontecem, ainda, outras duas entrevistas. Na terça-feira (15), o sabatinado será o deputado federal Takayama (PSC). Já na quarta-feira (16), o ex-governador Beto Richa (PSDB) encerra a rodada de sabatinas do jornal com os pré-candidatos ao Senado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]