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Bolsonaro e Pedro Lupion. Foto: Reprodução do Facebook. | Reprodução do Facebook
Bolsonaro e Pedro Lupion. Foto: Reprodução do Facebook.| Foto: Reprodução do Facebook

Líder do governo Cida Borghetti (PP) na Assembleia Legislativa do Paraná, Pedro Lupion (DEM) exercerá o mandato de deputado federal a partir de 2019. Já com a cabeça em Brasília, ele tem se dedicado intensamente à campanha presidencial de Jair Bolsonaro (PSL). Além da amizade das duas famílias, o deputado gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM), provável ministro da Casa Civil num eventual governo bolsonarista, é padrinho de casamento de Lupion. “Isso com certeza vai abrir portas para o Paraná”, comemora.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Lupion também pontua os motivos da derrota de Cida nas urnas: era desconhecida do eleitorado, o adversário Ratinho Jr (PSD), que venceu a disputa ao governo, tinha uma campanha mais estruturada, e a prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB) custou muitos votos. Veja trechos da entrevista:

A governadora Cida Borghetti recebeu apenas 15,53% dos votos válidos e foi derrotada no primeiro turno pelo Ratinho. Quais erros levaram a esse resultado?

O Ratinho estava em campanha há quatro anos. Tinha uma estrutura muito maior; um partido extremamente organizado, com diversos prefeitos; uma influência enorme da mídia, por meio do rádio e da tevê; o apoio da figura do pai. Além disso, era uma situação inusitada, já que não éramos de fato adversários. Houve uma divisão do mesmo grupo político, com aliados dos dois lados. E, por fim, a Cida soube que assumiria o governo só uma semana antes [de 6 de abril], quando o Beto disse a ela que renunciaria.

Mas para quem estava no cargo de governadora, uma votação tão baixa não surpreendeu negativamente?

Em grande parte, foi por falta de conhecimento. A Cida era desconhecida da maior parte da população. E, apesar disso, ela cresceu bastante. Como candidata, ela foi excepcional, não cometeu erros, se dividiu bem entre o governo e a campanha. Tanto que deixará o governo com uma aprovação bastante positiva.

O quanto a prisão do ex-governador Beto Richa prejudicou o desempenho eleitoral da Cida?

Influenciou para os dois lados, afinal o Beto era o grande líder de todo esse grupo político. Mas, obviamente, colou mais nela já que o PSDB estava na coligação. Só que não podemos esquecer que o Ratinho também foi aliado desse grupo durante os oito anos de governo, inclusive exercendo o cargo de secretário de Estado. Mas, na hora da escolha do eleitorado, ele se beneficiou da capilaridade que tinha nos municípios.

Ainda há medidas importantes a serem tomadas nesses poucos mais de dois meses de governo?

Basicamente, dar continuidade às obras já iniciadas; tirar do papel aquelas com recursos liberados; além de tentar resolver duas questões que estão judicializadas: o grande pacote de reforma de rodovias no estado todo e a Faixa de Infraestrutura no litoral, para a qual já temos até dinheiro do Banco do Brasil. Vamos entregar o governo em ordem, em relação ao caixa e às obras.

O reajuste salarial aos servidores estaduais será votado ainda neste ano?

Não falamos mais desse assunto, até por respeito ao Ratinho. A transição tem sido tão tranquila e amistosa, que não queremos atrapalhar. É importante respeitar a vontade do Ratinho, até porque será ele quem pagará a conta.

O senhor vem de uma família com tradição de décadas na política. Esperava uma mudança de cenário tão grande como essa provocada pela onda bolsonarista?

Não. Foi muito maior do que qualquer um podia prever. Nunca houve um cabo eleitoral tão forte, até pela facilidade de chegar ao eleitor pelas redes sociais. Nem o Lula no auge, em 2002, teve tanta influência. Durante a campanha, a gente percebia uma eleição fria, as pessoas não se envolviam. Sobretudo a eleição pra deputados foi decidida nos últimos dias. Obviamente que eu trabalho no interior, em municípios pequenos, e lá a influência é maior de prefeitos e vereadores. Mas mesmo assim, municípios que nunca viram o candidato A ou B votaram neles pelo efeito Bolsonaro.

Seu pai, o secretário de Estado da Infraestrutura, Abelardo Lupion, foi deputado federal ao lado do Bolsonaro por seis mandatos. O senhor é amigo dos filhos dele e tem como padrinho de casamento o deputado Onyx Lorenzoni. O quanto isso vai favorecer sua atuação em favor do Paraná no Congresso?

Evidentemente, serei base do governo Bolsonaro e vou ajudá-lo no que puder na Câmara. Essa proximidade com ele, os filhos, o Onyx vai deixar as portas mais abertas e ajudar na liberação de recursos para o Paraná. E não tenho nenhum problema com o Ratinho, apesar de termos ficado em lados opostos na eleição estadual. No que estiver ao meu alcance, vou tentar abrir portas para ele em Brasília.

O nome do seu pai é especulado para algum cargo importante num eventual governo Bolsonaro. Existe essa possibilidade?

Existe, até por essa proximidade entre eles. Mas nosso foco é ajudar a ganhar a eleição e, depois disso, sentamos e conversamos no que poderemos ajudar. Mas seria irresponsabilidade minha dizer que ele foi convidado ou qualquer coisa nesse sentido.

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