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Vereador Thiago Ferro: bandeira do Brasil no plenário da Câmara. | Chico Camargo /CMC
Vereador Thiago Ferro: bandeira do Brasil no plenário da Câmara.| Foto: Chico Camargo /CMC

O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira (10) não passou foi motivo de embate entre deputados estaduais no plenário da Assembleia Legislativa. Na Câmara de Curitiba, nada de bate-boca entre os vereadores. Por lá, as falas de apoio a Lava Jato foram praticamente unanimidade entre os que ocuparam a tribuna. Alguns vereadores também utilizaram um laço verde e amarelo, em apoio à operação.

Na Assembleia, o clima de embate entre opositores e defensores do ex-presidente Lula encontrou eco. Na sessão plenária, os deputados criticaram as manifestações – tanto as de apoio à Lava Jato quanto ao ex-presidente – e trocaram acusações entre si. O clima ficou pesado e o presidente Ademar Traiano (PSDB) precisou intervir.

“Temos tido manifestações muito agressivas aqui, de ambas as partes. Eu gostaria de fazer um apelo para que a gente mantivesse a discussão em alto nível e não viéssemos a entrar no campo pessoal, porque isso empobrece o nosso parlamento”, ponderou o presidente.

O deputado Rasca Rodrigues (PV) foi o primeiro a falar na sessão sobre o tema. Da tribuna, o parlamentar defendeu o legado do ex-presidente Lula e afirmou que o ato de apoio a Lula é legítimo. Rasca criticou o deputado tucano Paulo Litro, que na terça-feira (9), durante a sessão plenária, acusou de serem desocupados os manifestantes pró-lula.

“Ora, deputado Paulo Litro, o senhor está chamando de vagabundos os agricultores familiares da sua região, que antes não tinham financiamento e hoje estão aqui manifestando gratidão a esse governo”, disse.

Curiosamente, o deputado Rasca é do Partido Verde, legenda que tem como expoente estadual o senador Alvaro Dias. No fim de semana, Alvaro publicou um vídeo chamando os apoiadores de Lula de “coadjuvantes do chefe de uma organização criminosa”.

Rasca questionou a legitimidade dos deputados para chamar os manifestantes de desocupados. “Em que momentos que esses agricultores os agrediram? Quando eles dizem que a gente só trabalha três dias por semana? Três tardes por semana? É isso? Trabalhar três tardes por semana é ser trabalhador? ”, questionou em referência à rotina parlamentar.

Paulo Litro retrucou. “Se o deputado [referindo-se a Rasca] trabalha três dias por semana, não nos meça pela sua regra. Eu trabalho de domingo a domingo”, afirmou.

Assim como já havia feito na terça-feira (9), o deputado Stephanes Junior (PSB) foi à tribuna para criticar os manifestantes que defendem o ex-presidente Lula. Stephanes chamou-os de “bandidos” e “vagabundos” e afirmou que foram pagos para vir a Curitiba.

Líder da oposição, o deputado Tadeu Veneri (PT) preferiu evitar trocar farpas com os colegas e apenas elogiou as manifestações pró-Lula. “Ao contrário do que previam, estamos tendo uma grande festa da democracia”, afirmou.

Na Câmara de Curitiba, elogios à Lava Jato predominaram

Na Câmara de Curitiba teve bandeira do Brasil estendida em plenário e seis vereadores de diferentes partidos usaram um laço verde e amarelo preso à roupa. Tudo para apoiar a Operação Lava Jato no dia do depoimento de Lula a Moro. Formada basicamente por partidos adversários ao PT, a Câmara dedicou quase todo o espaço de fala da sessão da manhã desta quarta-feira a defesa da operação.

“Me orgulho de representar a República de Curitiba. A Lava Jato recuperou a confiança em nós mesmos”, discursou a Katia Dittrich (SD). Katia é a autora do projeto que tira o título de cidadão honorário de Curitiba concedido ao ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann e réu em um processo da Lava Jato.

O vereador Thiago Ferro (PSDB), que estendeu uma bandeira do Brasil na bancada enquanto falava, também relacionou a operação da Polícia Federal ao orgulho de ser curitibano. “Nossa riqueza está no nosso povo. Viva Curitiba, o Paraná, a Lava Jato, as 10 Medidas [Contra a Corrupção]”, disse.

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