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Vista do Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná, que terá novo comandante em 2019. | /
Vista do Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná, que terá novo comandante em 2019.| Foto: /

Faltando menos de um mês para Ratinho Junior tomar posse como governador do Paraná, a maior parte do primeiro escalão estadual segue indefinida. Para as atuais 26 secretarias de Estado – incluindo as especiais e as estruturas com status de secretaria −, somente sete nomes foram anunciados para chefiá-las até agora. Um dos motivos é que o político do PSD ainda aguarda a conclusão de um estudo contratado da Fundação Dom Cabral que vai redesenhar a máquina pública paranaense.

Com mais de 40 anos, a Dom Cabral é uma escola de negócios que capacita executivos, empresários e gestores públicos. A exemplo do estudo que vem sendo preparado para o governo do Paraná, a fundação já realizou trabalhos semelhantes para diversos outros estados e municípios pelo país.

Segundo Fabio Cammarota, professor de Gestão Pública e Organização do Estado da instituição, Ratinho receberá em mãos alguns desenhos da nova estrutura administrativa que o estado poderá ter – hoje são 175,2 mil cargos públicos ocupados e um orçamento de R$ 57,4 bilhões. O objetivo da Dom Cabral é apresentar possibilidades para atender o pedido feito pelo governador eleito: uma máquina pública menor e mais eficiente. “Mas a definição cabe a ele. Elencamos um rol de possibilidades, e o governador, que é o agente político eleito, faz suas escolhas.”

Fabio Cammarota, da Fundação Dom Cabral.TCE-ES/Divulgação

Veja a seguir a entrevista com o professor da Dom Cabral:

Que pedido o governador eleito Ratinho Junior fez à Dom Cabral?

Ele nos pediu um estudo de customização para tornar a casa mais enxuta, porém mais eficiente em sua governança.

E como está funcionando esse estudo na prática?

Trabalhamos com cenários. Estudamos cada setor do estado com base em entrevistas e estudos técnicos. Para cada grande tema, tentamos levantar uma modelagem alternativa. Trata-se de uma reforma administrativa, uma avaliação da arquitetura organizacional de cada área. Avaliamos competências, alcances, atribuições de cada setor, a ponto de identificar áreas de atuação sombreadas, às vezes omissas, até ir encontrando um cenário objetivo para isso.

Como são essas entrevistas e estudos técnicos? São com o atual ou com o futuro governo?

Estamos intensamente em comunicação com o governo atual e também com o gabinete de transição, com os agentes nomeados pelo Ratinho. Estamos visitando os órgãos e entidades estatais, com uma agenda formal articulada, e também ouvindo agentes técnicos que nos fornecem informações muito importantes para balizarmos os desenhos que apresentaremos ao governador eleito.

Estudamos cada setor do estado com base em entrevistas e estudos técnicos. Para cada grande tema, tentamos levantar uma modelagem alternativa. Trata-se de uma reforma administrativa, uma avaliação da arquitetura organizacional de cada área.

Fábio Cammarota professor de Gestão Pública e Organização do Estado da Fundação Dom Cabral

Quem são essas pessoas entrevistadas?

Aqui é importante frisar que não estamos entrevistando agentes políticos nem técnicos de forma inapropriada ou incabível, sem a devida convocação. Entrevistamos pessoas proeminentes de cada área – secretários de Estado, superintendentes − a fim de encontrar racionalidade na máquina, dentro das particularidades do estado.

O orçamento de cada área entra nessa avaliação?

Não, a questão orçamentária não nos cabe neste momento.

Já é possível adiantar alguma das sugestões que serão apresentadas ao governador eleito?

Ele já tem alguns desenhos, mas não estão todos acabados. De todo modo, a definição cabe única e exclusivamente ao governador do estado. É o governador quem define o time dele, dentro das particularidades que julgar importantes. A Dom Cabral se baseia em critérios técnicos e, a partir daí, estabelece cenários de possibilidade para o governador. Não há da nossa parte uma determinação técnica para que nossas sugestões sejam acatadas. Elencamos um rol de possibilidades, e o governador, que é o agente político eleito, faz suas escolhas.

É possível traçar um paralelo de outros estudos que a Dom Cabral já fez para projetar o modelo a ser adotado no Paraná?

Essa não é uma questão trivial. Esse tipo de estudo passa necessariamente pelas particularidades de cada estado, pela história, governança, maneira de agir. Por isso, prefiro não fazer esse tipo de comparação.

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