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Richa toma posse como prefeito de Curitiba, em 2005 | Arquivo/Gazeta do Povo
Richa toma posse como prefeito de Curitiba, em 2005| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Educação do Paraná apontado como um dos pivôs dos desvios revelados pela Operação Quadro Negro, sustenta que o esquema para financiamento das campanhas de Beto Richa (PSDB) começou quando o ex-governador ainda era vice-prefeito de Curitiba. As informações foram reveladas nesta terça-feira (5) pela RPC e pelo G1 Paraná, que obtiveram com exclusividade os anexos da delação premiada que Fanini ainda negocia com a Procuradoria Geral da República (PGR). O acordo ainda não foi fechado e tampouco homologado pela Justiça.

Na proposta de delação, Fanini disse que desde 2002, quando Richa foi candidato derrotado ao governo estadual, suas campanhas são abastecidas por caixa 2, alimentado com recursos públicos desviados inicialmente da prefeitura de Curitiba e posteriormente do governo do Paraná.

De acordo com o relato de Fanini, o início do esquema foi em 2001, quando o tucano era vice-prefeito e secretário de Obras de Curitiba. Nesta época, Fanini foi nomeado diretor de pavimentação da secretaria comandada por Richa e os desvios vinham de aditivos e porcentuais de contratos da prefeitura. Segundo as informações fornecidas por ele, as propinas eram sempre negociadas por Ezequias Moreira e Luiz Abi, parente de Beto Richa.

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O ex-diretor da secretaria de Educação afirmou que, com a derrota em 2002, Richa ficou muito endividado e ordenou, por meio de Abi, que fosse arrecadado mais dinheiro. Como não conseguiu atender ao pedido de Richa, Fanini foi exonerado da Secretaria de Obras de Curitiba em maio de 2003.

Dois meses depois, segundo o pretenso delator, na festa de aniversário de um dos filhos de Richa, acertou com o tucano de retomar a arrecadação de propinas, desta vez com o objetivo de financiar a campanha do tucano à prefeitura de Curitiba, em 2004. Segundo Fanini, o ex-governador seguiu recebendo arrecadações de empresários durante os dois mandatos como prefeito de Curitiba.

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Outro lado

Em nota enviada a RPC, Richa rechaçou as acusações. Veja a nota de Richa na íntegra:

“A proposta de acordo de colaboração premiada de Maurício Fanini ainda se encontra sob sigilo e mais uma vez foi vazada criminosamente.

Esta forma ilícita de agir parece ser uma manobra arquitetada às vésperas do período eleitoral, na tentativa de nivelar todos os políticos por baixo.

Não faço parte desta cena deplorável, onde criminosos confessos buscam envolver pessoas inocentes em crimes que somente eles praticaram.

O que esses criminosos pretendem? Ora, a resposta é muito simples! Pretendem conseguir a redução das penas a que certamente serão condenados pelos crimes cometidos e já confessados à Justiça, mesmo que para isso tenham que envolver pessoas honestas.

No caso de Maurício Fanini, a condenação pelos crimes praticados e por ele próprio confessados chegará a 50 (CINQUENTA) anos de prisão!

Portanto, está mais do que explicado porque Fanini tenta delatar tudo e todos, sem, no entanto, apresentar quaisquer indícios de provas.

Qual a razão de dar credibilidade a um criminoso que realizou 870 depósitos em dinheiro vivo, em sua própria conta corrente, pagou cartões de crédito em dinheiro vivo e formou um patrimônio incompatível com sua renda?

É uma tentativa desesperada de delação, que pela ausência de provas, não será aceita pela Justiça. São acusações criminosas, com o objetivo de envolver pessoas inocentes, retirando o foco das fraudes por ele cometidas.

E para isso, mente descaradamente. Nem eu, nem qualquer membro da minha família, recebeu dinheiro desviado dos cofres públicos.

A compra do apartamento do meu filho Marcello foi realizada de forma regular, com recursos próprios e transferência bancária, sem a utilização de dinheiro vivo, o que foi esclarecido também pelo vendedor do apartamento, que foi ouvido duas vezes pelo Ministério Público Estadual.

Igualmente é criminosa a afirmação de que minha mulher teria solicitado 1.000 dólares para uma viagem de meu filho André ao Peru. Quem nos conhece sabe que não precisamos disso e a afirmação beira o absurdo.

Repito: é uma delação criminosa, sem provas, que busca apenas confundir as pessoas. Espero que a Justiça apure e esclareça rapidamente essa questão, para que os culpados sejam punidos de forma exemplar.”

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