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A PR-323, na saída de Umuarama | Ivan Amorim/Gazeta do Povo/Arquivo
A PR-323, na saída de Umuarama| Foto: Ivan Amorim/Gazeta do Povo/Arquivo

Na busca por estancar os problemas de uma das rodovias mais complicadas do estado, o governo do Paraná anunciou nesta quarta-feira (4) que irá duplicar 20 quilômetros da PR-323, destinando ao menos R$ 96 milhões para a obra. Mas não era isso que a administração estadual pretendia fazer. Se o planos tivessem saído como o projetado, a estrada estaria nas mãos da iniciativa privada, sendo inteiramente duplicada, com cobrança de pedágio.

O governo dizia não ter dinheiro para fazer, sozinho, toda a obra. O trecho rodoviário que liga Maringá a Guaíra, no Noroeste, seria a primeira Parceria Público Privada (PPP) do Paraná, mas a licitação, feita em 2014, não avançou diante de vários problemas enfrentados à época pelo governo e também pela Odebrecht, à frente de um consórcio de empreiteiras.

Foi aí que começou uma sequência de problemas. O governo encontrou dificuldades para comprovar que conseguiria arcar com a contrapartida de R$ 95 milhões ao ano. Tal garantia era condição para que o financiamento da obra pelo BNDES. Nesse meio tempo, a Odebrecht se viu mais e mais enredada em uma série de escândalos impulsionados pela Operação Lava Jato. Um dos delatores chegou a dizer que a obra no Paraná estava no centro de uma negociação escusa. Sem credibilidade no mercado, a empresa não conseguiu o empréstimo de que dependia para realizar a obra. No ano passado, o Conselho Gestor de Concessões, órgão do governo do estado, decidiu cancelar o contrato em função da demora no início das obras. Durante a indefinição, a situação da rodovia foi ficando mais e mais complicada, com deterioração do pavimento e muitos acidentes fatais.

A duplicação de 20 quilômetros anunciada agora será realizada nos próximos meses entre Paiçandu e Doutor Camargo. A proposta inicial era duplicar todo o trecho entre Paiçandu e Francisco Alves, num total de 207 quilômetros. O governo está em negociação para comprar o projeto que foi feito pela Odebrecht. Ainda não foram definidos valores nem mesmo quanto do projeto original será comprado. No total, o governo informou que pretende vai investir, ainda em 2018, R$ 241,7 milhões na melhoria de 216 quilômetros da estrada.

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