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O deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR) | Alex Ferreira / Câmara dos Deputados/Arquivo
O deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR)| Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados/Arquivo

À frente dos processos relacionados à Operação Carne Fraca, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara de Curitiba, decidiu encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópia do depoimento prestado pelo médico veterinário Flávio Cassou no último dia 1º. No relato ao magistrado, Cassou citou o nome do deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), que, em função do mandato eletivo, tem foro especial no STF. O despacho do juiz federal é do final da tarde desta quarta-feira (6).

“Considerando os termos do interrogatório prestado pelo réu Flávio Evers Cassou no qual há menção ao possível recebimento de vantagens indevidas por deputado federal, cuja competência para investigação, processo e julgamento é do Supremo Tribunal Federal, autorizo a remessa, pelo MPF [Ministério Público Federal], de cópia dos registros audiovisuais do ato ao STF para adoção das medidas que entender pertinentes”, escreveu o magistrado.

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Em Brasília, o MPF pode pedir ao STF a abertura de um inquérito específico para investigar Sérgio Souza. O MPF também pode anexar o depoimento de Cassou a outros procedimentos já em andamento. No STF, já está em curso um processo de delação premiada do principal réu da Operação Carne Fraca, Daniel Gonçalves Filho, ex-superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná e apontado pelo MPF como o “chefe” de um esquema de propina entre servidores e empresas.

Gonçalves Filho já teria feito relato semelhante sobre Sérgio Souza e outros políticos do PMDB, legenda responsável pela indicação do servidor ao comando do Mapa no Paraná. O conteúdo da delação, contudo, segue em sigilo.

Depoimento

Flávio Cassou, que responde ao crime de corrupção em um processo da Operação Carne Fraca, trabalhava em uma unidade paranaense da Seara Alimentos Ltda, ligada à JBS. Na narrativa do médico veterinário, a própria cúpula da JBS destinava mensalmente envelopes com R$ 20 mil para ele. Mas o dinheiro não era para Cassou. Segundo o médico veterinário, ele tinha que entregar os envelopes para Daniel Gonçalves Filho, que foi superintendente do Mapa no Paraná entre julho de 2007 e fevereiro de 2014, e também entre setembro de 2015 e abril de 2016. 

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“Era um acordo entre o Daniel e um diretor da JBS. Eu só entregava o envelope”, resumiu ele, no depoimento prestado no último dia 1º. A partir daí, ainda segundo Cassou, Gonçalves Filho entregaria o dinheiro a políticos do PMDB do Paraná, como Sérgio Souza, que na Câmara dos Deputados preside a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Sérgio Souza nega as acusações. A Gazeta do Povo também entrou em contato com a JBS, que informou que não comentaria o assunto.

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