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Rocha Loures (ao centro) chega ao Brasil nesta sexta-feira (19) | Reprodução/GloboNews
Rocha Loures (ao centro) chega ao Brasil nesta sexta-feira (19)| Foto: Reprodução/GloboNews

O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), envolvido diretamente no mais recente escândalo que ameaça o presidente Michel Temer (PMDB), ganhou o cargo de deputado federal - e por consequência a prerrogativa de foro - por uma mexida na bancada do Paraná na Câmara dos Deputados. Como Rocha Loures saiu da eleição de 2014 como primeiro suplente do PMDB do Paraná na Câmara, a nomeação de Osmar Serraglio para ao Ministério da Justiça, em fevereiro deste ano, acabou levando o até então assessor de Temer ao Congresso.

Rocha Loures assumiu o mandato no começo de março com a missão de auxiliar o governo nas articulações na Câmara para a aprovação das reformas. Agora, é uma das principais peças de um escândalo que pode acabar com o governo Temer. Na quinta-feira, ele foi afastado do cargo pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) após a deflagração da Operação Patmos.

Temer e o político paranaense desenvolveram uma relação de confiança que se estreitou a partir de 2011. Rocha Loures é apontado por muitos como braço-direito do presidente e foi seu assessor direto na maior parte do tempo desde aquele ano. O agora deputado afastado foi flagrado pela Polícia Federal (PF) recebendo R$ 500 mil da JBS em dinheiro vivo. A propina faria parte de um esquema que beneficiou a empresa na negociação de gás natural com a Petrobras e incluia o pagamento da quantia semanalmente por 20 anos.

Com a prerrogativa de foro, Rocha Loures será investigado apenas no STF, o que é considerado uma vantagem. Na Corte, há um pedido de prisão contra ele, formulado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e que ainda está pendente de julgamento.

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Um sinal da importância do papel desempenhado pelo paranaense junto a Temer está na gravação feita por Joesley Batista, um dos donos da JBS, em conversa com o presidente. Quando questionado pelo empresário sobre seu problema com a Petrobras, Temer orienta que o canal para a solução desta e de outras questões dentro do governo é Rocha Loures.

Temer teve que enfrentar resistência do PMDB para nomear Serraglio

O presidente enfrentou resistência do PMDB na nomeação de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça. O político paranaense vem se segurando no cargo desde então, enfrentando polêmicas que vão desde a citação na Operação Carne Fraca a polêmicas com indígenas.

Após a escolha de Serraglio, Temer viu seu více-líder na Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), romper o governo. O deputado disse à época que o comando da pasta era pretendido pela bancada mineira do partido e vociferou contra a escolha do paranaense. “Vou trabalhar no plenário contra o governo, para derrotar o governo em tudo. A vice-presidência da Câmara vai ser um ponto de apoio aos que não estão contentes com o governo.”

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