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Operação Quadro Negro investiga desvios em obras de escolas estaduais. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Operação Quadro Negro investiga desvios em obras de escolas estaduais.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Ministério Público (MP) do Paraná fechou um acordo de delação premiada com o proprietário de uma segunda empresa envolvida na Operação Quadro Negro. Segundo informações de fontes do órgão, a empresa operava nos mesmos moldes da Construtora Valor, de propriedade de Eduardo Lopes de Souza, que também fechou acordo de colaboração premiada, mas com o Ministério Público Federal.

O acordo com essa segunda empresa foi celebrado em junho passado e homologado dia 28 de agosto pela 9.ª Vara Criminal de Curitiba.

Esta delação motivou a apresentação de uma nova denúncia por parte do Ministério Público na semana passada. O processo tramita sob sigilo, portanto o MP não detalha o teor das investigações, que estão sob responsabilidade do Gaeco e do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa).

Segundo informações de fontes do Ministério Público, esta nova denúncia também foi levada em conta na decisão judicial que culminou com a prisão preventiva do ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Maurício Fanini, na manhã de sábado (16).

A prisão de Fanini foi pedida em uma segunda denúncia apresentada pelo MP na semana passada, que investiga operações de lavagem de dinheiro. Na ação, a esposa do ex-diretor da Seed teve seu passaporte retido e fica proibida de deixar a cidade.

No sábado (16) também foram executados mandados de busca e apreensão na casa da família, no bairro Cabral, em Curitiba, e no atual local de trabalho de Fanini, em Guaratuba, no litoral. Os mandados foram expedidos pela 9.ª Vara Criminal de Curitiba. Na ocasião foram apreendidos computadores, documentos, celulares e outros objetos.

O advogado responsável pela defesa de Fanini afirmou que, por ter assumido o caso recentemente, ainda não tem maiores informações sobre o processo. Ele disse apenas que está tomando as medidas para revogar a prisão de seu cliente.

Outras empresas

Reportagem recente da Gazeta do Povo mostrou que outras cinco construtoras tiveram obras embargadas e foram condenadas, juntas, a devolver R$ 6,9 milhões, entre recursos estaduais e federais.

O fato de outras empresas operarem nos mesmos moldes da Valor já havia sido citado pelo proprietário da construtora, Eduardo Lopes de Souza, em sua colaboração premiada. Ele contou ter ficado sabendo, por meio de Maurício Fanini, que em outras duas construtoras “também teria havido medições antecipadas e repasses de recursos destinados à campanha do governador Beto Richa [PSDB]”.

Richa, por sua vez, nega desvios e chama Lopes de Souza de “criminoso contumaz”. “Nunca estive com ele, nunca pedi nada para ele, nunca autorizei ninguém que pedisse alguma coisa para ele”, afirmou o governador em entrevista coletiva no dia 4 de setembro.

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