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Quando governador do Paraná, Jaime Lerner idealizou o Anel de Integração, ligando rodovias que passaram a ser pedagiadas. | Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo
Quando governador do Paraná, Jaime Lerner idealizou o Anel de Integração, ligando rodovias que passaram a ser pedagiadas.| Foto: Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo

Quem viu a propaganda eleitoral em meados da década de 90 certamente se lembra do governador Jaime Lerner desenhando a proposta do que seria o Anel de Integração – plano de desenvolvimento regional que passava pela concessão de rodovias à iniciativa privada. O sistema estadual de pedágio, que formou uma espécie de trapézio no mapa paranaense, está prestes a ser reconfigurado. O governo do Paraná agora negocia com a União para incluir pelo menos mais mil quilômetros de rodovias estaduais nos lotes que serão concedidos a partir de 2021.

A intenção é incluir as PRs 323, 280 e 092, além de outros trechos menores, como os contornos de Londrina, Ponta Grossa e Cascavel, que representariam mil quilômetros a mais no Anel de Integração, que tem 2,5 mil km, sendo 1,8 mil km federais e 700 km estaduais. Caso a negociação avance, a lógica será invertida: atualmente, rodovias federais estão delegadas ao governo do Paraná, que coordena o sistema de concessões. Pela proposta apresentada, as rodovias estaduais é que passariam a ser de responsabilidade da União, que não abre mão de fazer a nova licitação para escolha das empresas para cobrar pedágio e fazer obras.

O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex de Oliveira, em entrevista à Gazeta do Povo no dia em que tomou posse, em 13 de fevereiro, declarou que a inclusão das rodovias anunciadas visa promover uma integração mais efetiva, que não se concentra apenas no miolo do Paraná, mas que amplia a ligação com os estados de Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Qual a análise do novo desenho?

Para João Arthur Mohr, consultor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a nova proposta representa um avanço em relação ao modelo de duas décadas atrás, criticado por estar desatualizado e por ter intensificado o isolamento de áreas já empobrecidas, como a região central do estado.

É preciso destacar que no momento em que foi idealizado, o Anel de Integração teve o mérito de priorizar as cidades-polo, que sofriam com ligações rodoviárias sucateadas. Já a proposta feita agora é mais capilarizada, com a intenção de promover o desenvolvimento regional e propiciar corredores de escoamento de safra e produção industrial, inclusive entre estados.

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Além das estradas estaduais já anunciadas, outros trechos rodoviários estão em estudo e ainda podem ser incluídos no novo pacote de licitação. Caso todas as rodovias em estudo sejam efetivamente transformadas em vias pedagiadas, o desenho do Anel ou trapézio será transformado em um mosaico, com pequenos pedacinhos interligados. “Deixa de ser um Anel de Integração e passa a ser um sistema rodoviário”, comenta o consultor. Mohr explica ainda que o aumento na quilometragem de rodovias, algumas com fluxo razoável, deve aumentar a viabilidade dos lotes para a licitação.

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