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Doria com Ratinho Jr: reunião nesta segunda-feira (18). | Rodrigo Felix
Doria com Ratinho Jr: reunião nesta segunda-feira (18).| Foto: Rodrigo Felix

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se reuniram nesta segunda-feira (18) para debater estratégias de combate ao tráfico de armas e outros crimes nas fronteiras entre os dois estados. O encontro ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, com o objetivo de construir um acordo para agilizar o trabalho de colaboração e de investigação das polícias no combate ao tráfico de armas. Também participaram da reunião os secretários de Segurança Pública do Paraná e de São Paulo.

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O pedido do encontro partiu de Ratinho Junior, uma vez que o Paraná, na região Oeste, faz fronteira com Argentina e Paraguai, países que vêm sendo, nos últimos anos, as principais portas de entrada para armas ilegais no Brasil. Estas armas, passando pelo Paraná, acabam seguindo em direção a outros estados para uso do crime organizado, incluindo São Paulo.

A ideia do governo paranaense é firmar um acordo de colaboração para que as polícias dos dois estados possam atuar em conjunto nas investigações de combate a este tipo de crime e, também, o tráfico de drogas e roubo de cargas. Atualmente, para que esse tipo de trabalho colaborativo ocorra, é preciso um pedido formal para as secretarias de Segurança Pública, uma burocracia que, segundo o Paraná, dificulta e torna lenta qualquer tipo de ação mais elaborada.

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Não há acordo desse tipo

Segundo o governo do Paraná, ainda não há no Brasil nenhum acordo formal desse tipo, que trate de qualquer tema relacionado ao avanço de trabalho das polícias para além das fronteiras de seus próprios estados, o que tornaria inédita a proposta debatida entre Ratinho Junior e Doria.

Ainda segundo o governo, se um acordo for firmado entre os governadores, ele não deverá interferir na atuação da Polícia Federal – que é responsável por ações interestaduais –, mas apenas facilitar o intercâmbio de informações e ações entre as polícias, minimizando a burocracia e ampliando, principalmente, o combate ao tráfico de armas.

Detalhes sobre que tipo de acordo o Paraná vai propor ainda não foram divulgados. O que já se sabe, no entanto, é que, caso o acordo seja firmado, ele poderá ser estendido para outros estados de fronteira com o Paraná, como, por exemplo, o Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Combate ao crime organizado

Um dos pilares do acordo é a atuação das polícias nas cidades limítrofes dos dois estados. “A ideia é que possamos ter intercâmbio entre as polícias para que possam agir também nas comunidades lindeiras, para que as polícias possam atender as ocorrências e emergências necessárias”, afirmou Luiz Felipe Carbonell, secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, à Agência Estadual de Notícias.

“Além disso o convênio permite controle mais eficaz do contrabando e das ações policiais. Assim, podemos entrar no estado vizinho em perseguições e evitar que o bandido simplesmente se evada utilizando o limite entre os estados”, completa o secretário.

A estratégia também passa pelo combate a uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios e tem ramificações no Paraná. “O intercâmbio de inteligência está vinculado ao problema da facção. Temos que o Paraná é o segundo polo mais importante da facção. Por isso quanto mais integrado o combate, melhor. Sabemos que São Paulo tem feito operações específicas nas rodovias e a intenção é que possamos integrar essas operações”, destaca o secretário.

Esse convênio faz parte do remodelamento da segurança pública proposto pelo governador Ratinho Junior, que vai incorporar o uso de câmeras de vigilância e tecnologia para reforçar o policiamento ostensivo principalmente nas regiões de fronteira. A intenção é apresentar modelo similar aos governadores de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina em breve.

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