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BR-369  corta o interior do Paraná, numa importante rota de cargas. | Arquivo Gazeta do Povo
BR-369 corta o interior do Paraná, numa importante rota de cargas.| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Os 160 quilômetros entre Londrina e Ourinhos (SP) exigem paciência e um desembolso considerável de quem enfrenta a estrada. O trecho da BR-369 tem dois pedágios, as mais caras tarifas do Paraná. Para um carro de passeio, a viagem custa R$ 21 em Jataizinho e R$ 19,30 em Jacarezinho, totalizando R$ 40,30. Ao longo dos 20 anos de concessão, vários ajustes foram feitos no contrato, resultando nos chamados degraus tarifários, que fizeram o valor pago disparar na região do Norte Pioneiro.

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Além do preço salgado, a rodovia desagrada. Pesquisa divulgada neste mês pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) colocou o trecho da BR-369 como regular. A maior parte dos percursos concedidos à iniciativa privada está em condição ótima ou boa. Jeferson Cristiano, coordenador do estudo, explica que, no momento de avaliar as rodovias, vários fatores são considerados. Não é só a situação do pavimento. Sinalização, capacidade de drenagem e conforto do usuário são alguns dos aspectos analisados.

No caso da BR-369, há ainda o agravante de o trecho ser em pista simples. Contudo, diz o coordenador, o fato de não ser duplicado não é fator suficiente para rebaixar a nota. A análise considera se há sobrecarga na capacidade de fluxo e se há pontos suficientes de ultrapassagem. “Tanto pista simples como dupla pode ser enquadrada em boa ou ótima, desde que atenda questões de segurança”, comenta.

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Para João Arthur Mohr, consultor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), não é aceitável que um trecho pedagiado esteja em condição regular. “Não poderia ser assim”, resume. Ele pondera, contudo, que algumas rodovias têm traçados antigos e que contratos de concessão não previram todas as obras necessárias.

Questionado sobre a situação, o diretor regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, argumenta que fatores externos podem interferir. Ele menciona o excesso de peso dos caminhões, que danifica o pavimento e que não teria o controle adequado, com balanças operadas pelo poder público. Além disso, as empresas estão impedidas de realizar obras que não estejam previstas em contrato.

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