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O ex-governador Beto Richa divulgou carta ao povo paranaense. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
O ex-governador Beto Richa divulgou carta ao povo paranaense.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

O ex-governador do Paraná e candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB), emitiu uma nota oficial nesta quarta-feira (12), em que afirmar enfrentar “com serenidade e confiança” as acusações, mas que toda a família está “sofrendo muito com o julgamento antecipado”. O tucano foi preso temporariamente na terça-feira (11), na Operação Rádio Patrulha, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga corrupção e lavagem de dinheiro no programa “Patrulha do Campo”.

Veja a nota na íntegra.

A nota foi disparada pelo PSDB do Paraná, embora tenha sido escrita em primeira pessoa e assinada por Richa. No texto, o ex-governador faz alusão a sua longevidade política, citando suas duas décadas de vida pública, “com a mesma honradez”. O tucano diz ainda que está com “a consciência em paz” e que acredita que “a verdade vá se impor”. “Garanto a você, que me conhece e para quem exerço com responsabilidade a vocação que Deus me deu: não devo nada e sigo confiando na Justiça”, consta da nota.

No programa eleitoral que foi ao ar na noite desta quarta-feira (12), no espaço destinado ao candidato tucano ao Senado, a nota foi lida e exposta na tela. Também foi reprisado um vídeo que mostra quem é Beto Richa, filho do ex-governador José Richa, falecido, e destacando a trajetória política de ambos. Já no horário político transmitido no horário do almoço, foi apresentado o programa Patrulha do Campo, justamente o que está sendo investigado pelo Gaeco e levou o ex-governador para a prisão.

A prisão

Richa foi preso na madrugada de terça-feira, apontado pelo Gaeco como o chefe de uma organização criminosa que fraudou o programa “Patrulha do Campo”. O ex-governador também viu serem presos a mulher, a ex-secretária de Desenvolvimento Social, Fernanda Richa (PSDB); o irmão, o ex-secretário de Infraestrutura, Pepe Richa; e o primo, Luiz Abi Antoum. A operação também terminou com a prisão de empresários. Todos negam as acusações.

Segundo o Gaeco, a licitação do “Patrulha do Campo” foi direcionada às empresas, que, em contrapartida, pagavam propina ao núcleo político de Richa. Parte do dinheiro teria sido lavado a partir da compra de imóveis, em processo que usou empresas de Fernanda. A investigação está embasada em áudios gravados pelo empresário Tony Garcia, que se tornou delator do esquema. Em um deles, Richa fala do recebimento atrasado de propina – que ele chama de “tico-tico”.

Veja a nota na íntegra:

“Mensagem ao povo paranaense

Enfrento com serenidade e confiança qualquer acusação, mas devo dizer que eu e minha família estamos sofrendo muito com o julgamento antecipado que nos está sendo imposto. Sou um homem público há mais de duas décadas, com a mesma honradez. Tenho a consciência em paz e sei que, no devido tempo, a verdade sempre se impõe.

Garanto a você, que me conhece e para quem exerço com responsabilidade a vocação que Deus me deu: nada devo e sigo confiando na justiça.

Beto Richa”

Outro lado

A advogada de Richa, Antonia Neves Sanches, afirmou que não há razão para a prisão, e acusou o Ministério Público de “oportunismo” ao deflagrar a operação em período eleitoral. O defensor de Fernanda Richa, Eduardo Sanz, disse que a prisão é “excessiva, inadequada e desnecessária”, e afirmou que sua cliente sempre esteve à disposição da Justiça e entregou todos os documentos solicitados pelo Ministério Público, em ocasiões anteriores.

A defesa de Luiz Abi Antoun disse que não irá se manifestar.

Ao portal G1, a defesa de Pepe Richa informou que só vai se manifestar nos autos. 

A Gazeta do Povo tenta contato com os demais envolvidos.

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