• Carregando...
O plenário da Assembleia Legislativa do Paraná | Sandro Nascimento/Assembleia Legislativa
O plenário da Assembleia Legislativa do Paraná| Foto: Sandro Nascimento/Assembleia Legislativa

Pressionado por servidores públicos do Paraná, que estão acampados em frente à Assembleia Legislativa, o presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB), retirou da pauta de votações os projetos que reajustam em 2,76% os salários de todos os órgãos estaduais, com exceção do Executivo. Desde a manhã desta segunda-feira (11), os funcionários do governo, que estão sem reposição desde 2016, exigem o pagamento da data-base da categoria. Para isso, é preciso que a governadora Cida Borghetti (PP) envie uma proposta ao Legislativo.

Durante o mês de maio, quando se comemora o Dia Do Trabalho, Cida chegou a cogitar também conceder reajuste de 2,76% ao funcionalismo, correspondente à inflação de maio-2017 a abril-2018. De acordo com aliados da governadora, no entanto, hoje a medida está praticamente descartada.

Mas, diante da pressão iniciada pelos servidores, ela determinou a uma equipe da Secretaria da Fazenda que apresente um relatório sobre o assunto em uma semana. “Precisamos respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. A secretaria vai estudar a questão”, afirmou em entrevista coletiva concedida nesta manhã.

Com isso, Traiano postergou em uma semana, até a próxima segunda-feira (18), a votação dos projetos de reajuste Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Assembleia, Ministério Público e Defensoria Pública. “No final de semana, foi feito um apelo do líder do governo e outros deputados de que não fosse colocado na pauta, aguardando as negociações com o governo. Portanto, só vamos pautar na segunda-feira da semana que vem. Acho que é tempo suficiente para qualquer negociação”, justificou o tucano.

Queda de braço

“Não somos contrários ao reajuste dos demais servidores. Queremos, apenas, que o nosso também seja votado”, defende Marlei Fernandes, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná. Segundo ela, se a governadora tem recursos para distribuir a prefeitos, também há dinheiro para bancar a reposição ao funcionalismo.

O salário dos servidores estaduais não teve reajuste em 2016 nem em 2017. A justificativa do governo, então sob o comando de Beto Richa (PSDB), era de que não havia recursos suficientes para bancar a medida. Além disso – sob a justificativa de atender a uma determinação federal, pela qual as despesas públicas só podem crescer com base na inflação do ano anterior – o Executivo estadual não previu a recomposição do salário dos servidores públicos até 2019. No entanto, essa vedação foi removida da Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano que vem, o que aumentou a especulação de que o governo poderia conceder algum aumento salarial aos servidores do Executivo.

Os servidores, entretanto, não estão dispostos a esperar tantos dias. De acordo com Marlei Fernandes, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, o funcionalismo quer uma decisão até a próxima quarta-feira (13). “Se tem dinheiro para os prefeitos, tem também para os servidores”, disse, em uma fala para os manifestantes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]