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Cida Borghheti (PP), governadora do Paraná | Albari Rosa /Gazeta do Povo
Cida Borghheti (PP), governadora do Paraná| Foto: Albari Rosa /Gazeta do Povo

Uma operação deflagrada nesta terça-feira (17) pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Civil desarticulou uma quadrilha que tinha como alvo ministros, parlamentares e governadores. No Paraná, as vítimas foram a governadora Cida Borghetti (PP) e os deputados estaduais Luiz Claudio Romanelli (PSB), Luiz Carlos Martins (PP) e Evandro Araújo (PSC). Segundo a polícia, quatro pessoas foram presas – todas no Maranhão. O grupo clonava dados do celular dos agentes públicos e, a partir de então, aplicava golpes em pessoas que constavam das redes de contato.

Segundo as investigações, o chefe da quadrilha conseguia transplantar para um chip virgem os dados do cartão-SIM dos políticos. A partir disso, ele conseguia ter acesso ao WhatsApp dos agentes públicos e de toda a rede. O acusado, então, se passava pelo dono do celular, enviando mensagens aos contatos da lista, pedindo empréstimos. Para isso, o hacker passava o número da conta bancária de laranjas, onde o dinheiro era depositado pelas vítimas.

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O delegado Rodrigo de Souza, da Delegacia de Estelionato, revela que o grupo tinha um foco bem específico. “Eles não pegavam os dados do meu telefone ou do seu, mas da governadora, de deputados, ou seja, de pessoas que eles acreditavam que tinha contatos com dinheiro para cair nos golpes”, disse.

A polícia não revela o valor obtido pela quadrilha a partir da fraude. Mas só o celular de Cida Borghetti foi clonado por cinco vezes. Para um dos contatos da governadora, os bandidos pediram um “empréstimo” de R$ 25 mil. Em outro caso, chegou-se a efetivar um depósito de R$ 2 mil.

“Eles simulavam ser o próprio político. Diziam que precisavam de dinheiro para aquele dia para pagar determinada conta, que tinham excedido o limite diário de transferência bancária. Em alguns casos, chegaram a pagar boletos para os falsos políticos”, explicou Souza.

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Do Maranhão

A quadrilha operava em São Luís, capital do Maranhão. O chefe do grupo era um hacker, dono de uma lan-house, cujos computadores foram apreendidos. A polícia também apreendeu dois carros de luxo – um BMW e uma Hilux SW4 –, além de relógios, celulares e joias. As outras pessoas presas são laranjas, acusadas de terem cedidos contas bancárias para que o hacker pudesse operacionalizar os golpes.

A polícia, no entanto, ainda não sabe de que forma o grupo conseguia clonar os chips dos políticos. A principal hipótese é de que a quadrilha contasse com apoio de algum funcionário das operadoras, que possibilitava que os dados fossem transpostos para um cartão virgem. A partir dos computadores e aparelhos apreendidos, os investigadores esperam elucidar essa lacuna e não descartam novas prisões.

Os presos foram indiciados por estelionato – cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão – e associação criminosa – até três anos.

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