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| Foto: Bruno Tadashi/Fecomércio-PR

Após oito dias da greve dos caminhoneiros, o G7 – que reúne as principais entidades do setor produtivo do Paraná – fez um apelo aos manifestantes para que retomem suas atividades. Falando em prejuízos incalculáveis e em risco de desabastecimento total à população, o grupo disse que os empresários do estado podem não ter condições de pagar funcionários nem impostos na semana que vem, início do mês de junho, caso os protestos não se encerrem imediatamente.

Composto pelas federações das Indústrias (Fiep), da Agricultura (Faep), do Comércio (Fecomercio), dos Transportes (Fetranspar) e das Associações Comerciais (Faciap), além da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e da Associação Comercial do Paraná (ACP), o G7 se reuniu com a governadora Cida Borghetti (PP) na noite desta segunda-feira (28) para discutir o tema.

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Antes do encontro, em coletiva de imprensa, as entidades fizeram um pedido – quase em tom de desespero – pelo fim da greve. “Por mais nobre que seja a causa [dos caminhoneiros], ninguém vive sem comida. É real o risco de desabastecimento total”, afirmou José Roberto Ricken, presidente da Ocepar. Segundo ele, o setor já perdeu R$ 170 milhões em oito dias de paralisação e está em situação gravíssima.

De acordo com a organização, 6,9 milhões de pintinhos de 1 dia de vida morreram por falta de ração; 14 milhões de aves e 70 mil suínos deixaram de ser abatidos; e 3 milhões de litros de leite por dia não foram industrializados. Existe ainda a preocupação com o descarte dos animais mortos e o consequente risco de epidemia, o que poderia colocar em risco as exportações brasileiras.

Já os setores da indústria e do comércio se preocupam com a queda na arrecadação. A poucos dias de serem obrigados a arcar com uma nova folha de pessoal e com a quitação de impostos, os empresários afirmaram que existe a possibilidade de não haver dinheiro em caixa para honrar esses compromissos. O presidente da ACP, Gláucio José Geara, por exemplo, solicitou formalmente ao governo do estado e à prefeitura de Curitiba uma dilação do prazo para pagamento de ICMS e ISS, respectivamente.

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Já Edson Campagnolo, presidente da Fiep, revelou que as indústrias paranaenses já estão muito próximas da perda máxima estimada em R$ 550 milhões por dia. Segundo ele, ainda que a greve dos caminhoneiros terminasse já nesta segunda-feira, o setor produtivo do estado levaria de seis a oito dias para normalizar o atendimento às necessidades básicas da população.

Mais irritado, Ágide Meneguette, da Faep, classificou como “anarquia” o movimento daqueles que não põem fim à greve, apesar de o governo federal ter atendido a todas as reivindicações da categoria. “É difícil evoluir politicamente deixando a população sem comida.”

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