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Gaeco cumpriu mandado de busca e apreensão na Assembleia Legislativa, em Curitiba, na segunda-feira (10). | Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Gaeco cumpriu mandado de busca e apreensão na Assembleia Legislativa, em Curitiba, na segunda-feira (10).| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Uma investigação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) desbaratou, na última segunda-feira (10), um suposto esquema de fraude ao Sistema Único de Saúde (SUS). A operação, batizada de Mustela, investiga diversos agentes públicos e médicos que cobravam indevidamente de pacientes para furar a fila do SUS. Entre os 12 presos, estão um ex-assessor parlamentar do governador eleito Ratinho Junior (PSD) , Lourival Aparecido Pavão, e um assessor do deputado estadual Ademir Bier (PSD), Paulo Roberto Mendes de Morais. Todos eles foram soltos no início da noite de sexta-feira (14), quando se encerraram os cinco dias das prisões temporárias.

Confira como funcionava o esquema e alguns dos principais investigados no gráfico abaixo.

Saiba quem foi preso na operação

- César Augusto Cubis

- Claudete Manfrin Nonato

- José Carlos Martins, vereador em Bandeirantes

- Lourival Aparecido Pavão, que foi assessor de Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa

- Luiz Geraldo Hablich

- Paulo Roberto Mendes de Morais

- José Carlos da Silva, assessor do deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), segundo o Gaeco

- Sônia Aparecida dos Santos

- Flávia Lilian Gomes, secretária no Hospital São Lucas

- Taiana do Carmo, funcionária do Hospital São Lucas

- Marcel Sangeroti, médico do Hospital São Lucas

- Volnei José Guareschi, médico e sócio do Hospital São Lucas

Outro lado: citados negam irregularidades

Solumedi

A Solumedi se manifestou por meio de nota, reproduzida na íntegra:

Tendo em vista a deflagração de Operação oriunda do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco, a empresa Solumedi Franquias e Consultoria Ltda, esclarece que:

1. É sociedade empresarial, devidamente constituída nos órgãos competentes, que tem como escopo prestar serviços administrativos e agendamentos de consultas médicas, exames laboratoriais e outros procedimentos.

2. Foi erroneamente veiculado que a empresa Solumedi seria de propriedade da família do apresentador de televisão Ratinho, o que não corresponde à realidade. A imagem do referido apresentador é apenas utilizada para campanhas publicitárias, outdoors e divulgação da empresa no mercado.

3. A empresa Solumedi nega, de maneira veemente, a sua participação em ilícitos de qualquer natureza. Jamais participou de qualquer tipo de acordo entre médicos, empresários e agentes públicos destinado a “furar a fila” do Sistema Único de Saúde. Neste ponto, importante destacar que nenhum dos investigados tem qualquer tipo de relação com a empresa.

4. Todas as suas atividades empresariais são devidamente registradas, com regular e criteriosa prestação de contas à Receita Federal, bem como todos os procedimentos internos obedecem a rigorosos padrões de ética e conduta.

5. Por fim, a empresa Solumedi, por meio de seus prepostos, esclarece que está à disposição das autoridades competentes para prestar qualquer esclarecimento e que está certa da mais absoluta inocência nos lamentáveis fatos apurador pela Justiça e amplamente divulgados pelos meios de comunicação.

Ratinho Junior

A assessoria do futuro governador informou que o ex-funcionário preso foi desligado em setembro, que era uma pessoa próxima a Ratinho Junior, encarregado de atendimentos assistenciais, mas que o político desconhecia completamente qualquer atividade irregular.

Hospital São Lucas

O Hospital São Lucas, por sua vez, se limitou a ressaltar que os fatos ainda estão em apuração e que a instituição colabora com as investigações.

Hospital Angelina Caron

Em nota, “o Hospital Angelina Caron afirma que até o momento não foi notificado e está à disposição para colaborar com as investigações. O Hospital Angelina Caron atua dentro dos princípios da ética e do absoluto respeito ao ordenamento legal”.

Deputado Romanelli

Sobre a prisão do assessor José Carlos da Silva, o deputado Luiz Claudio Romanelli se manifestou em nota. Nela, “informa que a atuação do funcionário junto ao mandato nada tem a ver com os fatos investigados pelo Gaeco. Da mesma forma, conforme o próprio Gaeco esclareceu, não há qualquer investigação ou ligação do parlamentar com a investigação em curso. José Carlos da Silva atua há anos na Assembleia e já trabalhou com diversos parlamentares, tendo o reconhecimento de vários servidores da Casa. Sempre desempenhou as funções para as quais foi contratado de forma correta e nunca apresentou nenhum indício de irregularidade ou que o desabone. O deputado Romanelli espera que os fatos sejam esclarecidos”.

Deputado Bier

O deputado estadual Ademir Bier também se manifestou em nota de esclarecimento. No texto informou que “aguarda para ter acesso à investigação para emitir uma resposta definitiva ao caso. Contudo, desde já, é importante deixar claro para a opinião púbica que refuta veementemente o seu envolvimento em qualquer ilícito. Sobre o caso, sabe-se apenas que um assessor comissionado, conhecido como “Paulinho”, vinculado ao gabinete do deputado, foi preso na manhã de hoje (10) pelo Gaeco, em razão de por ele ter tido efetivado supostos atendimentos e encaminhamentos de pacientes oriundos do interior, na área da saúde. Ademir Bier não tem razões para desconfiar da pessoa em questão e acredita que o assessor não está envolvido em atos irregulares. Porém, caso confirme a participação do referido assessor em ilícitos, reitera que este servidor não agiu com anuência e autorização do deputado, devendo, neste último caso, responder por seus atos. Por fim, manifesta seu profundo respeito e admiração pelo trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário, acreditando na apuração com responsabilidade do caso. O deputado reitera seu compromisso com seus eleitores e amigos e afirma, com contundência, a regularidade, integridade e honestidade de todos os atos praticados na condição de deputado estadual, ressaltando que toda a atuação em cinco mandatos foi respaldada pela legalidade, honestidade, probidade e moralidade administrativa.”

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