Votos, obras e muita disputa: como deve ser 2018 na política do Paraná

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Diz a famosa frase de Ulisses Guimarães que a política é como as nuvens: você olha um instante depois e tudo já mudou. Mas algumas coisas são bastante previsíveis. Em 2018, por exemplo, o Brasil vive eleições gerais, e no Paraná tudo indica que o quadro de candidatos já está montado - e a previsão é de uma disputa acirrada pelo governo estadual.

A Gazeta do Povo preparou uma lista de fatos para você ficar de olho a partir da virada do ano - e está longe de se resumir a um ano eleitoral: a política estadual deve ter um júri popular histórico, uma transição de governo no meio do ano e uma corrida de inaugurações de obras.

Eleições

A vaga mais cobiçada em disputa no Paraná em 2018 é a de governador. Há pelo menos quatro nomes fortes na corrida.

Ratinho Júnior (PSD), deputado estadual, já está correndo o estado, assim como o ex-senador Osmar Dias(PDT). Cida Borghetti (PP) tem tudo para concorrer à reeleição, caso assuma na hipótese de renúncia de Beto Richa (PSDB).

A grande dúvida é se a esquerda terá um candidato forte, que muito provavelmente teria de ser o senador Roberto Requião (PMDB) - que ainda não se pôs à disposição para a disputa.

Senado

A briga pelas duas vagas no Senado também é pesada. Roberto Requião pode tentar a reeleição. Beto Richa tem a disputa como seu principal alvo. E há a hipótese de uma candidatura de Deltan Dallagnol (sem partido), chefe da força-tarefa da Lava Jato.

Além desses, podem disputar uma vaga, com chances, Ney Leprevost (PSD), Christiane Yared (PR), Rubens Bueno (PPS), Gustavo Fruet (PDT) e Alexandre Kireeff (Pode), entre outros.

Beto Richa

O governador chega a seu último ano de mandato. Provavelmente, renuncia já em abril para poder se candidatar ao Senado.

Nos meses finais, Beto deve acelerar a entrega de obras e o anúncio de investimentos: tudo para justificar o discurso de que o ajuste fiscal valeu a pena.

A briga com o funcionalismo público deve continuar. O governador já anunciou que para se manter dentro do teto de gastos não dará reajuste da inflação aos servidores.

Rafael Greca

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), teve um 2017 conturbado, alegando que precisava aprovar na marra o ajuste fiscal para salvar a cidade do caos. Teve apoio dos vereadores, mas comprou uma briga enorme com o funcionalismo que baixou sua popularidade.

No segundo ano, deve dar início a obras de mais vulto, principalmente na parte viária. Tem prometido vários viadutos e trincheiras, além de “um binário por mês”.

Na eleição, o apoio de Greca deve ir para a atual vice-governadora, Cida Borghetti, e para seu novo padrinho, Beto Richa.

Câmara de Curitiba

Os vereadores deverão ter um ano mais tranquilo do que 2017, quando tiveram de se refugiar na Ópera de Arame para votar o ajuste fiscal de Greca.

O projeto mais importante da pauta deve ser a Lei de Zoneamento da cidade, que atualiza as regras sobre o que pode ser construído em cada região.

Vários vereadores também preparam o trampolim para tentar uma vaga de deputado estadual ou federal.

Assembleia Legislativa

Os deputados encerram uma legislatura tumultuada, que começou com a bancada governista entrando no prédio de camburão e culminou com o 29 de abril.

A base de Richa pretende aproveitar as inaugurações e entregas de recursos para tentar garantir a reeleição.

A partir de agosto, os deputados devem voltar a usar um velho instrumento de campanha: o recesso branco, em que sessões são canceladas para que eles possam se dedicar á campanha.

Carli Filho vai a júri

Depois de oito anos e meio de espera, o ex-deputado estadual Carli Filho, ligado a uma das famílias políticas mais importantes de Guarapuava, vai a júri popular em fevereiro.

Duas pessoas morreram em 2009 quando o deputado, embriagado, sem carteira e em alta velocidade, colidiu seu Passat com outro veículo em Curitiba. A acusação é de duplo homicídio com dolo eventual.