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Christiane Yared  reagiu à decisão que reduziu a pena de Carli Filho. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Christiane Yared reagiu à decisão que reduziu a pena de Carli Filho.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

“Por misericórdia, eu espero que não nasça mais nenhum filho no Brasil, para que nenhuma mãe mais precise passar por isso.” Assim a deputada federal Christiane Yared (PR) se dirigiu aos magistrados que, na noite de quinta-feira (13), decidiram o tamanho da pena a ser aplicada ao ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, livrando-o do cumprimento em regime fechado (presídio). Por maioria, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça definiu que a punição pelas mortes de Carlos Murilo de Almeida e Gilmar Rafael Yared, em colisão de trânsito em 2009, deve ser inferior a 8 anos, o que significa direito ao semiaberto, que pode ser convertido em uso de tornozeleira eletrônica.

A decisão é uma reviravolta em relação ao rumo que havia sido dado no júri popular, realizado em fevereiro, quando Carli Filho foi condenado por duplo homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Na época, a dosimetria da pena, calculada pelo juiz Daniel Surdi de Avelar, indicava 9 anos e 4 meses, o que representaria pelo menos um ano e meio na prisão. A nova decisão, embora mantenha a condenação, reduz a pena. Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas uma reanálise do caso ainda pode levar muitos anos.

VEJA TAMBÉM: Como votaram os magistrados que reduziram a pena de Carli Filho

Reação ao resultado

Yared, mãe de Gilmar Rafael, acompanhou as quase três horas de julgamento da apelação. Por várias vezes se emocionou e foi às lágrimas. No final, depois de anunciada a decisão e encerrada a sessão, ela se levantou e foi até o limite do espaço destinado ao público. Num rompante, em tom de voz suficientemente alto para ser ouvida, mas sem gritar, desabafou em apenas uma frase e saiu da sala.

Ela declarou várias vezes que não via a prisão de Carli Filho como uma vingança, já que nada seria capaz de trazer seu filho de volta ou amenizar a dor da perda, mas que esperava que o julgamento fosse simbólico, como forma de exemplo, para alertar sobre as consequências da irresponsabilidade no trânsito. Por isso, lamentou a redução da pena e disse que continuará lutando para que a punição pelos crimes de trânsito seja mais dura, como forma de evitar que mais vidas sejam perdidas para a violência das ruas.

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