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 | Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo

O país que parou com uma greve de caminhoneiros tem a maior parte das suas estradas sem pavimentação. Tem terra, cascalho, areia... menos asfalto. O estado de conservação das rodovias brasileiras foi uma demanda paralela dos motoristas de carga, que se rebelaram principalmente contra o preço do óleo diesel. O Brasil tem cerca de 1,5 milhão de quilômetros de estradas. Porém, apenas 211 mil quilômetros com asfalto. 

O Ministério dos Transportes pondera que, nesse montante, estão consideradas todas as estradas do Brasil, que se dividem em federais, estaduais e municipais. E destaca que apenas 5% estão sob jurisdição federal – o correspondente a 76,5 mil quilômetros distribuídos em 165 BRs. Ou seja, o maior volume de rodovias, pavimentadas ou não, é de responsabilidade de estados e municípios. 

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Dados disponíveis no site da pasta dão conta de que a malha federal tem 64,8 mil quilômetros (84,7%) pavimentados. Desses, 7,7 mil quilômetros são estradas duplicadas. 

O Anuário Estatístico de Transportes, que unificou dados de 2010 a 2016, mostra queda de 1,4 bilhão no investimento público no período – de mais de R$ 10 bilhões para cerca de R$ 8,6 bilhões. Apresenta também dados da evolução do estado das estradas federais. E, em seis anos, somente 2,7 mil quilômetros de rodovias ganharam asfalto. O Ministério dos Transporte afirma que esse avanço não é mais rápido e maior devido à enorme necessidade de gastos com manutenção. 

Boletim econômico da Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta queda de quase R$ 3 bilhões no valor previsto pelo governo para ser investido neste ano em todo o transporte brasileiro. Em estradas, menos de R$ 2 bilhões foram aplicados até o momento. 

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Não há, porém, um local que concentra os dados de todo o país. A situação das rodovias estaduais e municipais não são repassadas à União. O valor disponível para uso na manutenção e construção de novas estradas está disponível apenas nas administrações locais. 

A Gazeta do Povo questionou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) sobre os investimentos previstos para esse ano, as razões da queda de previsão, e sobre a avaliação do órgão sobre a evolução rodoviária. Não houve resposta. 

O que se sabe é que as rodovias são a mais importante forma de transporte de cargas no país. Conforme informações do Plano Nacional de Logística, os caminhões levam 65% da carga nacional.

O governo cedeu para acabar com a greve. Garantiu que o preço do óleo diesel cairá R$ 0,46 nas bombas de combustível, editou medidas provisórias atendendo a outras demandas, como o estabelecimento de um valor mínimo para fretes. Não se falou, contudo, em investimentos. Nem a melhoria e ampliação das rodovias, como também dos demais meios de transporte.

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