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Advogados Jose Roberto Batochio, Cristiano Zanin e Waleska Martins fizeram críticas ao juiz Sergio Moro, mas sem citar o nome dele diretamente. | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Advogados Jose Roberto Batochio, Cristiano Zanin e Waleska Martins fizeram críticas ao juiz Sergio Moro, mas sem citar o nome dele diretamente.| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar após a audiência com o juiz Sergio Moro nesta quarta-feira (10) que o líder petista é alvo de “perseguição política” e que o depoimento evidenciou a inocência dele no processo que apura a propriedade do apartamento tríplex do Guarujá (SP).

“O depoimento prestado hoje deixou clara a sua inocência e ficou claro que ele jamais teve conhecimento ou participou de qualquer ato ilícito na Petrobras. Está sendo utilizado um procedimento jurídico para fins políticos”, disse o advogado Cristiano Zanin Martins, que estava ladeado pelos também advogados José Roberto Batochio e Waleska Martins.

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Batochio afirmou que as mesmas perguntas sobre o tríplex foram repetidas por até seis vezes e que em nenhuma vez conseguiu se provar a culpa de Lula. Eles reforçaram que o apartamento 141 do edifício Solaris nunca pertenceu a ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Zanin disse que o seu cliente só respondeu sobre o tríplex e o acervo presidencial, não respondendo a perguntas “estranhas ao processo e de natureza política”, que não estão sob o julgamento de Moro. Entre elas, o juiz teria indagado Lula sobre o julgamento do mensalão e sobre o sítio de Atibaia (SP), também alvo de questionamentos sobre a sua propriedade. Para Zanin, é um exemplo claro de que “o que estava acontecendo ali [no depoimento] é um processo ilegítimo”.

Batochio considera um despropósito processar um ex-presidente alegando que ele recebeu apoio de empresas para transportar o seu acervo presidencial. Ele afirma que é obrigação de um presidente preservar o acervo e que Lula não teve relação nenhuma com o transporte dos bens.

O advogado ainda provocou indiretamente Moro, embora tenham evitado falar tacitamente o nome do magistrado. “Por que razão a 13.ª Vara julga o Brasil inteiro? É em Guaratuba que se situa o tríplex? O sitio se situa em Atalaia, no estado do Parana? Não se compreende porque esses fatos que não aconteceram aqui em Curitiba possam ser julgados aqui. Isso reforça a ideia de que há alguma coisa estranha”, disse Batochio.

A defesa insistiu ainda na tese de que o juízo tem “incompetência territorial” para julgar o processo de Lula. Batochio afirmou que os processos que pedem que os processos sejam julgados em São Paulo estão tramitando e que ele acredita que isso ainda vai ser reconhecido pela Justiça e que tudo o que foi feito em Curitiba será dado como inválido, já que ficará provada a incompetência da 13ª Vara de julgar os casos.

Moro abriu depoimento dizendo que não tem desavença pessoal com Lula

Ao falar na abertura do depoimento, Sergio Moro disse que não tem desavença pessoal com o ex-presidente e frisou que a acusação é feita pelo Ministério Público Federal. “O que vai determinar o final são as provas e a lei. Eu sou o juiz. Estou aqui para ouvi-lo e proferir julgamento ao final do processo”, disse o juiz da Lava jato.

O magistrado avisou também a Lula que não haveria nenhuma possibilidade de o ex-presidente ser preso durante o depoimento e que haveria perguntas difíceis, o que é “natural do ato judicial”. “O objetivo é esclarecer a verdade e ‘oportunizar’ que o senhor tenha uma resposta para cada pergunta”.

“Para quem quer falar a verdade não tem pergunta difícil”, respondeu Lula.

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