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| Foto: DENIS FERREIRA NETTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Convidado mais aguardado para a pré-estreia do filme Polícia Federal: A Lei é para Todos, o juiz federal Sergio Moro chegou ao Cinemark do Park Shopping Barigui pouco antes da sessão na sala 5 começar, por volta das 21 horas desta segunda-feira (28). O magistrado, que usava uma gravata vermelha, chegou acompanhado da esposa, a advogada Rosângela Moro, e do juiz federal Marcelo Bretas, que conduz a Lava Jato no Rio de Janeiro. Todos cercados por seguranças, para tentar evitar – sem sucesso – o tumulto ao redor do juiz. Ao chegar, Moro disse aos jornalistas apenas que sua expectativa era “assistir a um bom filme”.

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Moro sentou ao lado de Brettas no meio da sala para acompanhar a sessão, que começou após um breve discurso do diretor do longa e dos atores presentes na pré-estreia. O ator Marcelo Serrado, que interpreta o magistrado no filme, não veio para o lançamento do filme, assim como Ary Fontoura, que deu vida ao personagem inspirado no ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Os demais atores do filme já circulavam desde pouco antes das 20 horas entre os jornalistas. À força-tarefa, só elogios. A atriz Flávia Alessandra disse ter ficado surpresa com a “doçura” da delegada Erika Marena, que inspirou sua personagem no filme – a delegada Beatriz. Erika, por sua vez, disse que se sentiu bem representada no longa.

Das oito salas que exibiram o filme, a sala 5 foi a mais disputada. Ficaram por lá jornalistas e autoridades ligadas à investigação. Os delegados da Polícia Federal marcaram presença em peso na pré-estreia. Quase todos estavam por lá. O delegado Marcio Anselmo, que deixou a força-tarefa há alguns meses para assumir um cargo no Espírito Santo, esteve no lançamento do filme e disse que até chorou em alguns trechos. Um dos delegados do longa era inspirado em Anselmo.

Se, por um lado, a PF marcou presença, o Ministério Público Federal (MPF) foi representado com apenas dois procuradores da República: Deltan Dallagnol e Diogo Castor de Matos, que não falaram com a imprensa. Ao contrário dos delegados, que mesmo após o fim da sessão permaneceram na sala e conversaram com os jornalistas.

O filme em si conta a história da Lava Jato sob a ótica da investigação da Polícia Federal. A primeira cena mostra a prisão do doleiro Alberto Youssef – principal personagem da trama. Com exceção dos investigadores da PF e dos dois representantes do MPF no filme, todos os nomes verdadeiros foram mantidos: Paulo Roberto Costa, Marcelo Odebrecht, Nelma Kodama, Carlos Habib Chater, Lula, entre outros investigados pela operação não tiveram o nome trocado na trama.

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Uma das cenas que arrancou risos da plateia foi quando o Japonês da Federal – o próprio – fez uma aparição rápida em uma das cenas na carceragem. O filme tropeça poucas vezes ao tentar contar a história da investigação. No começo, uma repórter fala em acordo de leniência ao se referir ao acordo de colaboração premiada de Youssef. Acordos de leniência são realizados por pessoas jurídicas, apenas. Em outro trecho do filme, aparece a fachada do Ministério Público Estadual do Paraná, ao invés da fachada do MPF, que é onde ocorrem as investigações.

Ficção ou realidade?

“Não dá para caracterizar como um filme de ficção, não. Está mais próximo de um documentário do que da ficção”, avaliou o delegado Igor Romário de Paula ao fim da sessão. Ele inspirou o personagem do ator Antônio Calloni, que é narrador da trama. “Ficou bem próximo da realidade. Claro que tem seus espaços, licença poética”, disse.

Entre os pontos com certa “licença poética” da realidade, Igor Romário de Paula destacou a cena da prisão de Marcelo Odebrecht e do depoimento de Lula, mas garantiu que a postura dos dois foi bem retratada no filme. Ele também destacou um certo “exagero” na cena em que os delegados reviram as cinzas de uma churrasqueira na chácara de Paulo Roberto Costa e encontram documentos de uma conta na Suíça.

“Na verdade, a Lava Jato é feita por um número grande de instituições, de policiais, eles tentaram condensar vários policiais em poucos personagens. Então nessa limitação foi muito bem feito”, avaliou a delegada Erika.

Na saída, Moro não quis comentar sua opinião sobre o filme. “Vou ficar devendo essa resposta”, disse o magistrado, de saída. Uma repórter provocou o juiz do Rio de Janeiro: “No próximo filme, o senhor vai aparecer”, disse. “Será?!”, brincou o magistrado.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Lava Jato em Brasília, foi convidado para a pré-estreia em Curitiba, mas não pôde comparecer por causa de audiências marcadas na capital federal.

Outro juiz que esteve no lançamento foi Marcos Josegrei da Silva, que atua em Curitiba e foi responsável pela operação Carne Fraca. Perguntado por um jornalista se ele achava que poderia inspirar um filme também, respondeu: “Espero que não”.

Vai ter continuação?

O filme Polícia Federal: a Lei é para Todos vai estrear em todos os cinemas no dia 7 de setembro. No final do filme exibido nesta segunda-feira (28) em Curitiba, o diretor deu um “spoiller” do que está por vir na continuação da história. O primeiro longa termina após a condução coercitiva do ex-presidente Lula. Depois dos créditos, uma cena dá o tom do próximo filme.

Na cena, a personagem Beatriz, interpretada por Flavia Alessandra, comenta um novo passo da investigação: “R$ 500 mil em uma mala? Eles devem achar que a gente é imbecil!”, diz. A cena refere-se ao flagra da Polícia Federal em relação ao ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures. Ele foi pego carregando uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS.

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