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O presidente Michel Temer (em primeiro plano) | Marcos Corrêa/Presidência da República
O presidente Michel Temer (em primeiro plano)| Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

O advogado do presidente Michel Temer Eduardo Carnelós criticou neste sábado (14) a divulgação, pela Folha de S.Paulo, dos vídeos do depoimento de Lúcio Funaro, apontado como operador dos esquemas de corrupção dentro do PMDB.

Em nota, Carnelós classificou a divulgação como “criminoso vazamento”, com o intuito de “causar estardalhaço” às vésperas da votação da segunda denúncia contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

A Folha de S.Paulo obteve os vídeos por meio de fontes oficiais e não por vazamentos.

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“O vazamento de vídeos com depoimento prestado há quase dois meses pelo delator Lúcio Funaro constitui mais um abjeto golpe ao Estado democrático de direito”, afirma o advogado, que prossegue: “É evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país, por meio da instauração de ação penal para a qual não há justa causa.”

A votação da denúncia contra Temer está marcada para esta quarta (18) e quinta-feira (19) na Câmara dos Deputados. Relatório do deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG) é favorável a Temer, ou seja, a favor de que a denúncia seja barrada enquanto o presidente estiver no poder.

Na votação da primeira denúncia do Ministério Público, Temer obteve resultado favorável na CCJ - 41 a 24 -, placar que esperava repetir nesta semana.

Com os vídeos revelados pela Folha de S.Paulo, porém, deputados da oposição afirmam esperar que haja mudança de posição de parlamentares até então alinhados com o governo.

A nota do advogado de Temer afirma que as acusações de Funaro são “vazias”. Em seu depoimento, o operador afirmou ter “certeza” de que parte da propina dos esquemas do ex-deputado Eduardo Cunha era repassada ao presidente Michel Temer.

Carnelós critica a imprensa e autoridades que, a seu ver, deveriam “respeitar o ordenamento jurídico”.

“Autoridades que têm o dever de respeitar o ordenamento jurídico não deveriam permitir ou promover o vazamento de material protegido por sigilo. É igualmente inaceitável que a imprensa dê publicidade espetaculosa à palavra de notório criminoso, que venceu a indecente licitação realizada pelo ex-PGR [referindo-se a Rodrigo Janot] para ser delator, apenas pela manifesta disposição de atacar o presidente da República.”

Cunha

Em nota, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que está preso, também rebateu a delação de Funaro, de quem era aliado.

“Repudio com veemência o conteúdo e se trata de mais uma delação sem provas que visa a corroborar outras delações também sem provas, onde o delator relata fatos que inclusive não participou”, afirma Cunha. “As atividades criminosas confessadas pelo sr. Lucio Funaro foram feitas por sua conta e risco.”

Cunha também afirma ser uma “absoluta mentira” as referências de Funaro a outros políticos, como Temer. “Desminto e desafio a provar as supostas referências sobre terceiros a mim atribuídas, incluindo ao presidente Michel Temer, onde tudo que ele atribui declara que ouviu dizer de mim, o que é uma absoluta mentira.”

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