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Sergio Moro no Fórum Econômico Mundial, em Davos: presença faz parte da estratégia de apresentação de segurança jurídica para a economia.  | FABRICE COFFRINIAFP
Sergio Moro no Fórum Econômico Mundial, em Davos: presença faz parte da estratégia de apresentação de segurança jurídica para a economia. | Foto: FABRICE COFFRINIAFP

Presença incomum em comitivas com destino ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, neste ano, o ministro da Justiça é uma das principais autoridades a acompanhar o presidente da República ao encontro. Sergio Moro está em Davos junto com o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e o ministro da Economia, Paulo Guedes

Em seu primeiro compromisso público no Fórum, nesta terça-feira (22), Moro debateu a corrupção e o uso da tecnologia com o secretário de política industrial da Índia, Ramesh Abhishek, a presidente da Transparência Internacional, Delia Ferreira Rubio, e o chefe do Facebook para ameaças perturbadoras (o departamento encarregado do combate a fake news), David Agranovich, e o professor Mark Pieth.

O ministro defendeu o combate à corrupção como forma de aumentar a credibilidade de governos e rejeitou a percepção dos outros debatedores de que Bolsonaro pode fazer populismo com o tema “corrupção”. Durante sua participação no debate, Moro defendeu o governo Bolsonaro e criticou a falta de “liderança” dos governos anteriores no tema do combate à corrupção. 

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Para o professor de relações internacionais da Unicuritiba, Gustavo Blum, a presença de Moro na comitiva brasileira em Davos tem dois objetivos principais: contrabalancear a presença de outras figuras do governo e acalmar o mercado reforçando a segurança jurídica no Brasil. 

“A presença do Sergio Moro tem a intencionalidade de dar um certo balanceamento na instabilidade do governo”, explica o professor. Ele ressalta que, apesar de fazer parte da comitiva, o chanceler Ernesto Araújo é contrário à participação do Brasil neste tipo de encontro global e o próprio presidente, Jair Bolsonaro (PSL), ainda não deixou clara qual vai ser sua política externa. “A gente não sabe o que Ernesto poderia falar, assim como o próprio Bolsonaro”, completa Blum. 

Moro como parte de estratégia de negócios

Outro objetivo em ter Moro na comitiva Brasileira, segundo o professor, tem a ver com a estratégica econômica. “Como vai falar com grandes acionistas, é visível que ele tem a intenção de demonstrar segurança jurídica”, diz Blum. 

“O Fórum tem uma relevância muito grande para o mundo das finanças. Há um grupo muito importante de pessoas que vão para lá, e que é constituído por empresários e investidores que tem no Fórum a oportunidade de fazer debates com governos”, lembra o professor. 

“Fora o próprio Jair Bolsonaro, o Sergio Moro é a cara mais conhecida da comitiva lá fora. Tem essa questão de demonstrar que ele era juiz e agora virou ministro, que tem essa questão da continuidade do combate à corrupção”, ressalta Blum. Para o professor, a presença de Moro no evento também pode ser importante para firmar acordos de cooperação internacional, principalmente com a Suíça. 

Agenda

A agenda de Moro em Davos segue até a quinta-feira (24), quando ele encerra sua participação no Fórum Econômico Mundial em um painel com o tema “Crime Organizado”. Na quarta-feira (23), o ministro participa de almoço sobre “O futuro do Brasil” e, em seguida, das discussões sobre combate à corrupção no “PACI – Vanguard Meeting”. 

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