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 | Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Anunciado pelo próprio Jair Bolsonaro (PSL) como coordenador dos assuntos de segurança pública junto ao Congresso Nacional, o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) está fora da composição do novo governo. Dos mais antigos e próximos amigos do presidente eleito, na Câmara, Fraga chegou a ser cogitado até mesmo para ocupar o Ministério da Segurança Pública, que ajudou a criar. Mas não vai mais. Até segunda ordem. 

Fraga foi "queimado" nesse momento de pré-montagem dos principais escalões da gestão Bolsonaro por alguns fatores: certas declarações dele foram interpretadas como se já se sentisse com lugar cativo no governo; ao citar seu nome, Bolsonaro também o expôs e voltou ao noticiário uma condenação de pouco mais de quatro anos de prisão que sofreu no final de setembro, acusado de recebimento de vantagem indevida quando secretário de Transportes do governo do Distrito Federal, em 2008; e, para tornar sua situação mais delicada, a entrada do juiz da Lava Jato Sergio Moro criou constrangimento no entorno do presidente eleito por causa de aliados que vivem sobressaltos com a Justiça, a exemplo de Fraga. 

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"Não estou brigando para ser ministro. E tenho com o que colaborar. Sei que a minha condenação, ainda que em primeira instância, me inviabilizou. Não tenho como chegar e aceitar um convite. E nunca disse que seria. Em momento algum me anunciei como ministro. Agora, a gente sempre quer colaborar quando sente que tem condições para isso", disse Fraga. 

O deputado nega as acusações do Ministério Público que levaram à sua condenação pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e classificou como "política", já que ocorreu em plena campanha eleitoral. Fraga foi candidato a governador do Distrito Federal e chegou a estar entre os favoritos para o Palácio do Buriti. 

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Durante a campanha, ele, cuja coligação se uniu ao PSDB, oficialmente apoiou Geraldo Alckmin a presidente. Um apoio sem entusiasmo. De maneira informal, fez dobradinha com Bolsonaro, já que ambos têm o mesmo perfil de eleitorado, que reivindica mais rigor na segurança pública e flexibilização do direito à posse de arma pelo cidadão. Essa é uma de suas bandeiras. 

Na passagem de Bolsonaro pelo Congresso na terça-feira (6), Fraga ouviu do presidente eleito para "ter calma" e aguardar. O presidente não descarta aproveitar sua experiência no Congresso e no assunto. Coronel reformada da Polícia Militar, Fraga está no seu quarto mandato e coordena a bancada da bala. Mas, em 2019, estará fora da Câmara.

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A assunção de Sergio Moro a ministro da Justiça criou outros constrangimentos no governo. A própria situação do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi questionada. Onyx reconheceu, ano passado, ter recebido R$ 100 mil em caixa 2 da JBS em 2014. Mas o próprio Moro declarou que admira Onyx e que ele admitiu seu erro.

Outro aliado de primeira linha de Bolsonaro e também envolto em casos com a Justiça é o deputado eleito Julian Lemos (PSL-PB), escolhido para a equipe de transição. Julian já foi alvo três vezes da Lei Maria da Penha. Chegou a ser preso em flagrante. Dois inquéritos foram arquivados e ainda será ouvido no terceiro. O deputado eleito nega as acusações. Os fatos ocorreram entre 2013 a 2016.

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