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 | Waldemir Barreto/Agência Senado
| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) renovou seu mandato em 2014 como o mais votado do país. Em 2018, entretanto, fracassou no projeto presidencial: sua candidatura ao Planalto não empolgou e o resultado foi um nono lugar, atrás até mesmo de Cabo Daciolo (Patriota). Para 2019, a redenção para o parlamentar pode estar na Presidência do Senado. Seu nome tem circulado nos bastidores e ganhou impulso com a aproximação entre Alvaro e o vice-presidente, General Mourão (PRTB).

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O quadro na corrida pelo comando do Senado se desenha como o mais complexo dos últimos anos. Um cenário de vitória fácil, como a que Eunício Oliveira (MDB-CE) teve em 2017 com 61 votos a favor, parece cada vez mais improvável. As pré-candidaturas vão se acumulando: Renan Calheiros (MDB-AL), Simone Tebet (MDB-MS), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Esperidião Amin (PP-SC), Cid Gomes (PDT-CE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Alvaro Dias têm sido mencionados como postulantes.

O panorama de fragmentação cria um ambiente em que qualquer voto tende a ser decisivo. E também em que todas as pré-candidaturas, ao menos no momento inicial, podem ser competitivas.

Renan reúne base mais tradicional e tem apoio velado do PT

As pré-candidaturas colocadas representam diferentes blocos do Senado. Renan Calheiros congrega a base mais tradicional da Casa e também recebe apoio velado do PT. Cid Gomes materializaria a ideia da “esquerda sem PT”, que une PDT, PSB e Rede. Esperidião Amin busca ser um nome mais ligado ao governo Bolsonaro. Já os demais competidores corresponderiam a uma espécie de bloco de centro.

Para Alvaro Dias ter chance, portanto, precisaria despontar dentro desse último grupo. “Alvaro está largando um pouco atrasado. Mas se ele se mexer nos bastidores agora, o que acho que ele vai fazer, tem uma chance”, afirmou Lasier Martins (PSD-RS). Izalci Lucas (PSDB-DF), que assume vaga no Senado em 2019, também mencionou o parlamentar do Paraná como um com quem falou sobre a disputa. “Há muitas sinalizações. É o momento de conversar com todo mundo e ver as propostas colocadas”, apontou.

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Entre as “ameaças internas” a Alvaro neste bloco de centro figura a senadora Simone Tebet, que pode se beneficiar do tamanho da bancada do MDB - que prossegue como a maior do Senado, mesmo tendo decaído - e de ser mulher, já que o Senado nunca teve uma parlamentar na Presidência.

Voto secreto ou público? Decisão fará diferença

A candidatura de Tebet passa, entretanto, por um entendimento entre ela e Renan Calheiros, visto ser pouco provável que o MDB tenha dois nomes simultaneamente na disputa.

E a força do parlamentar alagoano será diretamente influenciada pela maneira como ocorrerá a eleição no Senado. O regimento da Casa indica que a votação é secreta. Mas na quarta-feira (20), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os votos sejam públicos.

A análise de diferentes parlamentares é a de que menos senadores tenham disposição para, em público, declarar voto em Renan Calheiros, que é citado na Lava Jato e apoiou Fernando Haddad (PT) na eleição presidencial. “Os eleitores querem mudança. Então quem havia pensado em votar no Renan vai pensar duas vezes”, disse o tucano Izalci. “A votação aberta diminui consideravelmente as chances do Renan. E isso acaba animando outros que querem chegar lá [na Presidência]”, disse Lasier.

“Mas se Renan for realmente candidato e a Simone desistir da candidatura, vejo potencial de crescimento do Alvaro Dias”, acrescentou.

Outra novidade - menos controversa - na próxima eleição para a Presidência do Senado é a determinação de que o vitorioso precisa receber 41 votos, o que corresponde ao apoio da maioria dos parlamentares. Ou seja: é possível que haja segundo turno, se a maioria não for obtida na primeira rodada de votação.

“Obrigado pelo apoio”: a resposta padrão de um Alvaro silencioso

Alvaro Dias tem evitado a imprensa. O senador disse que só voltará a dar entrevistas em fevereiro. Tem mantido a atividade nas redes sociais - recentemente, enfatizou bastante a aprovação, por parte de uma comissão da Câmara, de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) de sua autoria que restringe o foro privilegiado.

Em meio aos elogios que recebe no Facebook estão também incentivos à candidatura à Presidência do Senado. Que recebem, em resposta, mensagens como “obrigado pelo apoio” e “obrigado pela confiança”.

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