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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Apenas 3% dos benefícios pagos pela Previdência Social no Brasil vão para os mais pobres da população, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (5) pelo Ministério da Fazenda. Ainda de acordo com o levantamento, realizado para fazer um balanço das ações do governo nos últimos anos e para elencar os desafios da próxima equipe econômica, 41% dos benefícios previdenciários atendem os 20% mais ricos.

“Por isso, reformar a Previdência, com foco na redução de privilégios, é uma medida de redução da desigualdade”, conclui o documento. O documento ainda defende a reforma da Previdência como idealizada pelo atual governo. “A reforma que está pronta para votação na Câmara dos Deputados é um ponto de partida importante. Além de ter impacto fiscal significativo, é socialmente justa e contribui para a igualdade de oportunidade e redução da pobreza, uma vez que reduz privilégios na aposentadoria de algumas categorias e preserva a aposentadoria dos mais pobres”, afirma trecho do texto.

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A equipe de futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, entretanto, já apontou que pretende adotar somente alguns pontos da reforma das aposentadorias do governo Temer. Na terça-feira (4) o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que deve enviar uma proposta de reforma fatiada ao Congresso, começando as alterações pela idade mínima para aposentadoria.

Salários pagos ao funcionalismo também reproduz desigualdade

A desigualdade verificada na distribuição dos recursos da Previdência aparece também nos gastos do governo com pessoal: 79% das despesas com folha de pagamento são destinadas para servidores que estão no grupo populacional dos 20% mais ricos do Brasil.

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“Como é sabido, os salários no setor público são muito superiores aos pagos no setor privado. A maior contenção dessa remuneração e a diminuição dos postos de trabalho no setor público teriam efeito significativo no sentido de redistribuir renda”, afirma o estudo.

O texto lembra que o programa Bolsa Família tem um impacto diverso, com as camadas mais pobres da população recebendo uma parcela maior do benefício social. “Infelizmente é a exceção, pois a ampla maioria das políticas públicas do governo federal não chega nos mais pobres e acaba acentuando a desigualdade de renda”, afirma.

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Ministério defende o teto de gastos

O estudo do Ministério da Fazenda faz uma defesa ferrenha do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do governo à inflação.A avaliação dentro do Ministério da Fazenda é que a ideia de um ajuste fiscal rápido, como defende o ministro da Economia do próximo governo, Paulo Guedes, só é viável através de aumento de impostos.

Aprovado em 2016, o teto foi pensado em um contexto de ajuste de longo prazo das contas públicas, com validade de 10 anos. “Não se sustenta a crítica de que o teto de gastos afeta os mais pobres. A reformulação das prioridades de política pública que ele induz é claramente no sentido de tornar o Estado mais justo e de reduzir a pobreza”, afirma o estudo.

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