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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O juiz federal Sergio Moro pediu nesta quinta-feira (14) ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, acesso ao sistema operacional Drousys, espécie de ‘software da propina’ que era utilizado pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Moro determinou nesta quarta-feira (13), a pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma perícia no material, com o objetivo de fazer uma descrição geral sobre o funcionamento do sistema e atestar a autenticidade dos documentos obtidos a partir dele.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba, parte do material a ser periciado estaria sob a guarda da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília. Moro pediu que Janot autorize o acesso dos peritos da Polícia Federal ao sistema.

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“Observo que, com os condicionamentos apontados, a perícia servirá para extrair do sistema apenas eventuais lançamentos e documentos relacionados com o objeto específico desta ação penal, sem afetação de outras investigações ou ações penais ou material relativo a autoridades com foro por prerrogativa de função”, disse Moro.

A perícia foi solicitada pela defesa de Lula no processo referente à compra de um terreno, pela Odebrecht, para o Instituto Lula. Nesta quarta-feira (13), Lula foi interrogado por cerca de duas horas por Moro no processo.

Durante a audiência, o ex-presidente se esquivou de responder sobre pontos que diziam especificamente à denúncia. O petista utilizou o depoimento para atacar o Ministério Público, a imprensa, e o próprio magistrado.

Neste processo, o petista é acusado pelo MPF de receber propina por contratos da Odebrecht com a Petrobras através da compra de um terreno em São Paulo que seria usado para a instalação de uma nova sede do Instituto Lula. O valor total de vantagens ilícitas usadas na compra e manutenção do terreno até 2012 chegou a R$ 12,4 milhões, segundo os procuradores. A construção, porém, nunca aconteceu.

O aluguel de um apartamento em São Bernardo também é alvo do processo referente à compra do terreno para o Instituto Lula. Segundo o MPF, R$ 504 mil foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura do ex-presidente. De acordo com a denúncia, a nova cobertura, que foi utilizada por Lula, foi adquirida no nome de Glaucos da Costamarques – parente do pecuarista e amigo pessoal do ex-presidente José Carlos Bumlai –, que atuou como testa de ferro de Lula.

“Na tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, Marisa Letícia Lula da Silva chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques, datado de fevereiro de 2011, mas as investigações concluíram que nunca houve o pagamento do aluguel até pelo menos novembro de 2015”, afirmam os procuradores.

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