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Battisti é conduzido por policiais após desembarque no aeroporto de Ciampino, em Roma. | Alberto Pizzoli/AFP
Battisti é conduzido por policiais após desembarque no aeroporto de Ciampino, em Roma.| Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Terminou às 11h47 desta segunda-feira (14), 8h47 no horário de Brasília, com o desembarque do terrorista Cesare Battisti (64), no aeroporto de Ciampino, em Roma, um dos mais longos e complexos casos da diplomacia italiana.

Após quase 38 anos de fuga e refúgio em países como França, México e, por último, Brasil, Battisti começará nesta segunda a cumprir a pena de prisão perpétua pelos quatro assassinatos na década de 1970 – dois deles com participação direta – pelos quais foi condenado.

Os ministros do Interior, Matteo Salvini, líder da Liga, partido de extrema-direita e hoje o político mais popular da Itália, e da Justiça, Alfonso Bonafede, estavam no aeroporto para recepcionar os policiais italianos envolvidos na captura de Battisti, na madrugada deste domingo (13), na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra.

Em declaração a jornalistas, Salvini agradeceu ao empenho dos governos da Bolívia e do Brasil – mencionando o presidente Jair Bolsonaro – para a prisão e extradição do terrorista.

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O terrorista será levado para a penitenciária de Rebibbia, no bairro romano de mesmo nome, distante 20 quilômetros de Ciampino. Lá, segundo confirmou o governo, ele ficará numa ala de segurança máxima, os primeiros seis meses em isolamento, seguindo as regras dos condenados à prisão perpétua.

Preso na Bolívia

Battisti estava foragido desde 14 de dezembro de 2018, quando o então presidente Michel Temer autorizou sua extradição para a Itália um dia depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspender uma liminar que garantia sua permanência no Brasil. No último sábado (12), foi capturado por autoridades bolivianas.

De cavanhaque e óculos escuros, o italiano foi abordado por policiais enquanto caminhava por uma rua de Santa Cruz de la Sierra.

Após a prisão, o governo brasileiro deslocou um avião da Polícia Federal à Bolívia para trazer Battisti ao Brasil e, em seguida, extraditá-lo para a Itália, conforme promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. O governo italiano, no entanto, já havia decidido levar Battisti diretamente ao país.

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Em uma nota conjunta divulgada no início da noite de domingo, os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça brasileiros afirmaram que o importante era que o italiano respondesse por seus crimes.

“O governo brasileiro se congratula com as autoridades bolivianas e italianas e com a Interpol pelo desfecho da operação de prisão e retorno de Battisti à Itália. O importante é que Cesare Battisti responda pelos graves crimes que cometeu. O Brasil contribui assim para que se faça justiça”, afirmou a nota.

Em uma tentativa frustrada para tentar evitar a viagem de Battisti de volta para a Europa, os advogados do italiano protocolaram um habeas corpus no STF no domingo. No pedido, argumentaram que entregá-lo para a Itália seria um “ato complexo” e irreversível.

Os defensores solicitaram que o habeas fosse analisado pelo ministro Marco Aurélio. O pedido, no entanto, foi julgado – e negado – pelo ministro Luis Roberto Barroso.

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