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O presidente eleito Jair Bolsonaro deu uma passada rápida no encontro do PSL para cumprimentar a bancada. | Evandro Éboli/ Gazeta do Povo
O presidente eleito Jair Bolsonaro deu uma passada rápida no encontro do PSL para cumprimentar a bancada.| Foto: Evandro Éboli/ Gazeta do Povo

Parte da bancada do PSL aproveitou a reunião de apresentação dos novos deputados eleitos do partido para reclamar da falta de acesso ao governo de transição. Parlamentares “veteranos” da legenda, como Major Olimpio (SP) e Delegado Waldir (GO), puxaram os discursos de queixumes.

As críticas mais duras foram feitas ao ministro extraordinário e futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Olimpio chegou a dizer que ligou 27 vezes para o ministro e não foi atendido. Um parlamentar presente disse que o major “descascou” Onyx.

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O presidente eleito Jair Bolsonaro deu uma passada rápida no encontro para cumprimentar a bancada e aproveitou para apaziguar os ânimos. Ele pediu paciência e calma que tudo será resolvido e pediu compreensão do momento de transição. Na saída, a deputada eleita Joice Hasselmann (SP) confirmou as reclamações de parte da bancada e se prontificou de fazer essa ponte entre a bancada e o governo de transição, em especial com o ministro Onyx.

“Alguns deputados apresentaram certo descontentamento: ‘ah, não estamos sendo ouvidos pelo governo’. Bom, aí entrei como bombeiro. Chegaram a citar o ministro Onyx, que não está os recebendo. Disse a eles que converso todo o santo dia com ele [Onyx] e sugeri levar uma comitiva para falar com ele, que me respondeu ‘quando quiser’. Vou levá-los lá então”, disse Joice.

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Um dos porta-vozes desse descontentamento na Câmara é o deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Ele conversou no plenário com Major Olimpio e relatou a reação negativa da bancada do PSL. O Delegado Waldir disse à Gazeta do Povo que o governo não está “dando a atenção devida ao Congresso”. Ele lamentou que o governo de transição esteja abandonando os aliados “históricos” de Bolsonaro, casos dele, de Fraga e do Delegado Éder Mauro (PSD-PA).

“Não vou cobrar gratidão porque isso não se cobra. Mas estou aqui, quase que sozinho, tentando evitar a aprovação de pautas bomba que inviabilizem o governo Bolsonaro. Mas é assim mesmo. Está todo mundo muito ocupado. Eu, o Moro, o Onyx...”, disse Waldir.

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Na reunião desta quarta, a primeira da futura bancada do PSL, não foi fechada questão sobre o partido disputar ou não a presidência da Câmara com candidato próprio ou apoiar outro nome e quem deve ocupar as lideranças do partido e do governo na Câmara e no Congresso. O partido está dividido sobre lançar nome próprio para a sucessão de Rodrigo Maia.

“O próprio presidente Bolsonaro é contra lançar nome próprio. É preciso ter essa humildade. Melhor compor com algum nome. É a opinião dele”, disse o deputado reeleito Marcelo Alvaro Antônio (PSL-MG).

Essa posição não é unânime. O próprio Delegado Waldir é candidato à presidência da Casa, mas não é certo que levará adiante esse projeto. Joice Hasselmann confirmou ser candidata à liderança do PSL e lançou o nome da deputada Bia Kicis (PRP-DF) para presidir a poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Kicis participou do encontro nesta quarta e está de mudança para o PSL, partido ao qual vai se filiar.

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