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| Foto: Gabriel Korossy/Agência Câmara

O partido ao qual o deputado Jair Bolsonaro anunciou que se filiará, o PEN (Partido Ecológico Nacional), é uma dissidência do PSC, vinculado à Assembleia de Deus, a maior igreja evangélica do país. Fundado em 2012, o PEN hoje tem estatura pequena: apenas três deputados federais e 15 estaduais. A chegada de Bolsonaro, se confirmada, deverá trazer uma leva de congressistas.

Segundo a reportagem apurou, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), seu filho, e aproximadamente mais 15 deputados federais deverão seguir o potencial candidato a presidente. A sigla espera também ampliar a bancada de estaduais para algo em torno de 30 deputados.

Em troca, o grupo de Bolsonaro deverá ocupar ao menos seis cargos na Executiva do partido, que promete também mudar de nome. Uma enquete em rede social mostrou que a maioria dos seguidores prefere o nome Patriota.

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A ampliação da bancada do PEN na Câmara pode ser fundamental para a campanha de Bolsonaro, caso o Congresso aprove o fim das coligações e com isso restrinja o cálculo do tempo de TV ao número de cadeiras do partido do candidato.

Conselho

O potencial presidenciável contrariou a recomendação de líderes da Assembleia de Deus ao anunciar a desfiliação do PSC e tornar pública sua disputa com o presidente do partido, Pastor Everaldo.

Citado na Operação Lava Jato, Everaldo perdeu prestígio no segmento evangélico. Bolsonaro, cujo discurso é em grande medida calcado na crítica à corrupção, menciona frequentemente o envolvimento de Everaldo no escândalo e o ataca por coligações com o PCdoB em estados como o Maranhão.

Everaldo não quis comentar, disse apenas que “deseja muito boa sorte ao deputado Jair Bolsonaro nessa nova jornada”.

“Eu falei para o Bolsonaro que achava que ele tinha que ficar no PSC e conquistar o partido, independentemente do Everaldo”, afirmou o pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “Eu disse a ele, ‘não interesse se está em discórdia com o presidente. Ganhe o partido, é uma maneira de mostrar a sua capacidade política’.”

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O pastor se disse dividido entre apoiar em 2018 Bolsonaro ou o prefeito paulistano João Doria (PSDB). Segundo Malafaia, o fundador do PEN, Adilson Barroso, “é um zero à esquerda no mundo evangélico, não tem nenhuma influência, não tem poder de nada”.

Fiel da Assembleia de Deus em Barrinha (SP), região de Ribeirão Preto onde foi cortador de cana na infância, Barroso afirmou não ter influência na igreja.

“Não tenho entrada nenhuma, mas é natural que, assim que a gente oficializar a pré-candidatura de Bolsonaro, a gente vai em todos os segmentos, em todas as religiões, e vamos mostrar que temos habilidade para gerir o Brasil”, disse o presidente do PEN, que emendou que não “mistura política com religião”.

Evangélicos estão à frente do partido e comandam diretórios em estados como Paraná e Mato Grosso do Sul.

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