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Bolsonaro  participou de sessão solene no Congresso, nesta terça-feira (6), ao lado de Dias Toffoli e Michel Temer | Evaristo SA/AFP
Bolsonaro participou de sessão solene no Congresso, nesta terça-feira (6), ao lado de Dias Toffoli e Michel Temer| Foto: Evaristo SA/AFP

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) participou nesta terça-feira (6) de um evento no Congresso em homenagem aos 30 anos da Constituição. Essa é a primeira vez que Bolsonaro foi a Brasília desde o fim da eleição. Também estiveram presentes o vice-presidente eleito, o general Mourão, o atual presidente da República, Michel Temer, e Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), além de outras autoridades. 

Ao entrar ao Congresso, Bolsonaro declarou que estava “muito feliz”. Ele chegou pouco antes das 10h e não conversou com os jornalistas. Foi direto ao gabinete do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), onde se reuniu também com Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). 

Na sessão solene, disse que “na democracia só há um Norte, é o da Constituição”. A fala de Bolsonaro não estava prevista, mas ele foi convidado por Eunício a falar, caso quisesse. Então, o presidente eleito falou brevemente, defendeu a Constituição, agradeceu a Deus por ter salvo a sua vida e disse que “temos tudo para sermos uma grande Nação”. Assista ao depoimento:

Outros discursos

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que também esteve presente na sessão solene, fez questão de frisar a liberdade de imprensa e os direitos das minorias em sua fala. Após declarar que a Constituição Federal é um marco para superar as desigualdades sociais, a procuradora disse sobre a carta magna: “Não basta reverenciá-la, é preciso cumpri-la”. Bolsonaro não aplaudiu o discurso de Dodge. A procuradora-geral denunciou o presidente eleito por racismo em junho.

Já Rodrigo Maia, em discurso, atacou menções a mudanças da Constituição mencionadas ao longa do processo eleitoral. “Em um contexto de forte polarização política, houve quem chegasse a falar que basta trocar de Constituição para resolver problemas de nosso país. A sociedade reafirmou que tem na Constituição a sua bússola. A Constituição é extensa e detalhada. Como todo trabalho humano, tem falhas, mas em se mostrado mais forte que críticos de primeira hora.” 

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Em busca do apoio do PSL de Bolsonaro para se reeleger no comando da Casa no próximo biênio, Maia também citou a pauta legislativa em conformidade com presidente eleito. Falou na importância da reforma da Previdência e tributária e do enfrentamento às questões da segurança pública, com combate ao tráfico de drogas e armas.

Temer destacou que a Constituição Federal de 1988 trouxe “inegáveis avanços” à democracia brasileira e que “não há caminho” fora dela. O presidente ressaltou ainda, citando Bolsonaro, que quem é eleito é “autoridade constituída”, não “titular do poder”.

Toffoli, presidente do STF, disse acreditar que Bolsonaro cumprirá a Constituição. “No último ato de campanha, o senhor estava com essa Constituição na mão. E disse que, uma vez eleito, iria cumpri-la. E vai cumprir as leis do Brasil”, disse o ministro ao novo presidente da República.

O ministro também falou que “não existe democracia sem o Poder Judiciário forte, independente e autônomo” e que “imprensa livre é fundamental para a República e para a democracia”.

Forte esquema de segurança

A chegada de Bolsonaro ao Congresso foi cercada por um forte esquema de segurança, bem diferente de meses atrás, quando o deputado em sétimo mandato passava despercebido pela maioria. Durante as votações, era comum ver o parlamenta sentado no plenário ao lado de seu filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). 

A sessão solene desta terça-feira (6) foi encarada pela segurança do Congresso como um ensaio para a posse, em 1.º de janeiro de 2019. Como de praxe em eventos desse porte, há uma série de cuidados e restrições. Apesar do elevado nível de segurança, apoiadores e fãs aproveitaram para ver o presidente eleito. Enquanto os demais participantes da cerimônia discursavam, Bolsonaro tirava selfies e cumprimentava os presentes. 

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O presidente eleito chegou à Brasília por volta das 9h30, acompanhado de seu vice, o general Mourão, e de alguns dos seus futuros ministros, o general Augusto Heleno (Defesa) e o economista Paulo Guedes (Economia).  

Próximos passos de Bolsonaro em Brasília

Ele passará os próximos dois dias na capital federal, onde se reunirá com os chefes dos Três Poderes e representantes das Forças Armadas. Depois do ato no Congresso, Bolsonaro almoça com o atual ministro da Defesa, Joaquim Luna e Silva, no gabinete dele. A previsão é de que ele durma na Granja do Torto, residência oficial cedida por Temer. 

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