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| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

A casa da democracia e dos representantes do povo, em Brasília, abriu espaço nesta semana para homenagear a monarquia. Como parte dos festejos do bicentenário da Independência, em 2022, a Câmara dos Deputados escolheu a história de Dom João VI, rei de Portugal, Brasil e Algarves no início do século 19, para estampar as paredes do corredor que liga o Salão Verde à Ala das Comissões, em exposição que vai até o dia 23 de maio. 

A ideia de prestar homenagens à monarquia partiu do próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Seu pai, o ex-governador do Rio de Janeiro César Maia, teria se aproximado em diversos momentos dos monarquistas e o aceno de Rodrigo Maia pode simbolizar uma tentativa de aproximação com o movimento em um ano eleitoral, quando pode se lançar candidato à presidência da República. 

Leia também: Há quem peça a volta da monarquia no Brasil. Mas quem seria o imperador?

A abertura oficial da exposição, na última quarta-feira (25), contou com a presença de Maia e do deputado Evandro Gussi (PV-SP), que é o coordenador da Comissão Especial em Comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil. Ele agradeceu Maia pelo impulso para que a homenagem ao ex-monarca de Portugal ocorresse. 

“O bicentenário é uma ocasião quase única. A geração que comemorou o centenário provavelmente não está mais entre nós. E aquela que comemorará o tricentenário, a maior parte dela ainda não está entre nós. Portanto, somos privilegiados”, disse Gussi. 

A Casa Real Brasileira comemorou a iniciativa. Dom Bertrand Maria José de Orleans e Bragança, príncipe imperial do Brasil e herdeiro do trono em uma eventual volta da monarquia, afirmou que é “louvável e alentador” a iniciativa da Câmara para “reavivar em nossa Pátria o sentimento de brasilidade”. Dom Bertrand destacou os feitos do monarca, especialmente por conseguir preservar o território único da América lusa. 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, abre a exposição sobre D. João VI: homenagem à monarquia.Ananda Borges/Agência Câmara

Mais homenagens

Até 2022 serão realizadas quatro exposições anuais sobre os monarcas e figuras importantes dos períodos finais da monarquia no Brasil. Este ano marca os 200 anos da aclamação de Dom João VI como rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o que motivou a escolha de seu nome como homenageado. No ano passado, a homenagem foi feita à Princesa Isabel. 

A exposição intitulada “Dom João VI e a Construção do Brasil" foi produzida e coordenada pelo Núcleo de História, Arte e Cultura da Câmara. Em fotos e textos, mostra o legado do monarca no Brasil. Destacam-se na exposição os feitos de Dom João VI, como a abertura dos portos, a instalação de indústrias, a criação do Banco do Brasil, dos Correios, do Jardim Botânico. 

“Ao contrário do que procuram apresentar certos historiadores, D. João VI foi certamente um grande estadista. A ele devemos as nossas dimensões continentais e nossa unidade política, social e até psicológica”, afirmou o príncipe. “Aqui chegando, não só abriu os portos brasileiros ao comércio, mas lançou todos os fundamentos de nossa nacionalidade”, comentou Dom Bertrand, à Gazeta do Povo. 

A exposição também conta sobre as cerimônias de “beija-mão”, quando os vassalos podiam estar na presença do rei e pedir favores. 

Acenos a apoiadores da monarquia podem ser um dos caminhos dos candidatos de centro-direita nas eleições de 2018 para angariar votos. Vem crescendo no Brasil o apoio à restauração da monarquia ou criação de entidades que tragam de volta a figura e institucionalidade do rei. Exemplo disso é o número de apoios que a sugestão legislativa 18/2017 do Senado, que pede um referendo pela Restauração da Monarquia Parlamentarista no Brasil, que conta com mais de 37 mil apoios no site do Senado.

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