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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Um dos procuradores que deu início as investigações da operação Lava Jato em Curitiba, Carlos Fernando Lima deixou a força-tarefa da operação. O procurador vai voltar a atuar na Procuradoria Regional da República da 3.ª Região (PRR-3), em São Paulo, até sua aposentadoria, prevista para o início do ano que vem.

Além de atuar na Lava Jato, Lima também atuou nas investigações do caso Banestado. Ele foi um dos responsáveis por firmar o primeiro acordo de colaboração premiada do doleiro Alberto Youssef, personagem que voltou a ser preso na Lava Jato em 2014.

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Segundo o Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba, o procurador será substituído e a equipe continuará contando com 13 integrantes. O nome do substituto ainda não está confirmado.

Relembre

Carlos Lima é um dos procuradores da Lava Jato mais ativos nas redes sociais. Em suas postagens no Facebook, Lima defende constantemente a operação Lava Jato e critica políticos que tentam frear as investigações. Ele também critica com frequência o presidente Michel Temer (MDB).

No ano passado, a defesa de Lula protocolou uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o procurador. Os advogados de Lula pediam que o conselho verificasse um eventual desvio funcional e violação às regras de conduta por parte do procurador.

Em janeiro, o CNMP chegou a recomendar que Lima não manifeste sua opinião política nas redes sociais. Apesar da advertência, o órgão arquivou a representação de Lula contra o procurador.

Em resposta, o procurador afirmou que não vai recuar de suas posições e que a recomendação pretende impor uma censura às suas manifestações.

Em março, porém, o caso foi revisto e o CNMP resolveu instaurar um processo administrativo disciplinar contra Lima, por quebra de decoro. O corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, decidiu abrir o processo com base em uma publicação específica, do dia 28 de junho de 2017, na qual o procurador criticava Temer.

Na ocasião, Carlos Fernando escreveu nas redes sociais: “Temer foi leviano, inconsequente e calunioso ao insinuar recebimento de valores por parte do PGR. Já vi muitas vezes a tática de ‘acusar o acusador’. Lula faz isso direto conosco. Entretanto, nunca vi falta de coragem tamanha, usando de subterfúgios para dizer que não queria dizer o que quis dizer efetivamente. Isso é covardia e só mostra que não tem qualificação para continuar no cargo. Do jeito que vai tocar esse país é capaz de atuais acusados pela Lava Jato, também não qualificados para o cargo, consigam apoio da sociedade para voltar para a Presidência. É só lembrar que o governo incompetente de José Sarney levou ao desastre do governo Collor.”

O corregedor nacional entendeu que o procurador deixou de observar o dever legal de guardar decoro pessoal, “em ultraje à honra e à imagem do chefe do Poder Executivo Federal”, utilizando expressões depreciativas e desqualificativas.

O caso ainda não foi julgado no CNMP.

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