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Defesa alegou que Nestor Cerveró está em dificuldades financeiras para viajar e comparecer ao depoimento marcado para o próximo mês, em Curitiba. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Defesa alegou que Nestor Cerveró está em dificuldades financeiras para viajar e comparecer ao depoimento marcado para o próximo mês, em Curitiba.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Depois do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, nesta quarta-feira (19) foi a vez de Nestor Cerveró alegar dificuldades financeiras para viajar e comparecer ao depoimento marcado para o próximo mês, em Curitiba, na Lava Jato. Em uma petição assinada pelos advogados, Cerveró pede para ser ouvido por videoconferência com a Justiça Federal do Rio de Janeiro por causa de “dificuldades financeiras que o colaborador vem enfrentando”.

Cerveró foi intimado para depor como testemunha de acusação no dia 26 de maio na Justiça Federal de Curitiba em um processo contra o ex-presidente Lula e outros sete réus. Como firmou acordo de colaboração com a Justiça, é obrigado a colaborar com o Ministério Público Federal (MPF) em todos os processos da Lava Jato.

Apesar de alegar dificuldades financeiras, no mês passado o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras depositou R$ 6 milhões em uma conta judicial para recuperar um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio de Janeiro. O imóvel havia sido sequestrado pela Justiça, mas o acordo de delação previa a recuperação em caso de pagamento da multa.

Pelo acordo com o MPF, Cerveró precisou devolver mais de R$ 17 milhões desviados dos cofres públicos através do esquema descoberto na Lava Jato.

Uma consulta realizada pela Gazeta do Povo mostrou que o preço das passagens aéreas de ida e volta do Rio de Janeiro para Curitiba na data prevista do depoimento custa entre R$ 354 e R$ 393.

Outro pedido

Paulo Roberto Costa também alegou dificuldades financeiras para não comparecer à audiência do processo contra Lula. Ele foi convocado por Moro a depor no dia 24 de maio.

O juiz, porém, negou o pedido de Costa. “Sobre as afirmadas dificuldades financeiras por Paulo Roberto Costa, apesar de compreensíveis, mantém ele os seus rendimentos de aposentadoria junto à Petrobras, o que é suficiente para arcar com os custos”, justificou o juiz.

Costa fechou um acordo de colaboração premiada na Lava Jato em 2014. Pelo acordo, o ex-diretor da Petrobras precisou devolver US$ 25,8 milhões desviados dos cofres públicos no esquema, que estavam em contas no exterior. Ele também se comprometeu a devolver bens adquiridos com o dinheiro da atividade criminosa: uma lancha de R$ 1,1 milhão; um terreno em Mangaratiba-RJ de R$ 3,2 milhões; um veículo recebido do doleiro Alberto Youssef no valor de R$ 300 mil; e o dinheiro apreendido na casa do ex-diretor durante a Operação Lava Jato (R$ 762,2 mil; US$ 181,4 mil e 10,8 mil euros). Costa também precisou pagar uma multa de R$ 5 milhões.

O processo no qual Costa e Cerveró foram intimados a depor é referente a supostas propinas pagas pela Odebrecht a Lula por contratos com a Petrobras através da compra de um terreno para construção de uma nova sede do Instituto Lula e do aluguel de um imóvel em São Bernardo.

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