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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Humberto Martins, intimou nesta sexta-feira (15) a juíza Gabriela Hardt, da Vara Federal de Curitiba que cuida dos processos da Lava Jato, a dar explicações sobre um perfil no Twitter que usa o nome e a foto dela. A página vem sendo usada para fazer críticas à conduta do Supremo Tribunal Federal (STF) e para expressar opiniões polêmicas. 

Martins quer saber se a magistrada tem conhecimento da existência do perfil denominado “juíza Gabriela Hardt sincera” (@GabrielaHardt), se autorizou tal uso e, em caso negativo, se adotou alguma providência para retirar a página do ar.

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Segundo o ministro, o objetivo do procedimento aberto no CNJ é esclarecer a situação e impedir a disseminação de informações que poderiam induzir a população a acreditar que as postagens refletem posicionamento oficial da juíza.

Reprodução

“Tendo em conta que o referido perfil traz a foto e o nome de uma magistrada, e faz expressa referência à condição de “juíza”, além de utilizar como endereço na conta do twitter o nome da referida magistrada (@GabrielaHardt), tem-se que mesmo a despeito de ter sido adicionado o adjetivo “sincera” no nome do perfil, não é pequeno o risco de pessoas tomarem as publicações feitas nesta conta como sendo efetivamente proveniente de uma magistrada”, afirmou Martins.

Ele citou alguns tuítes publicados no perfil: “Galera que tal um movimento popular, pedindo impeachment de todos os ministros do STF, vc topa”; “Urgente: o STF ‘Trabalha’ nos bastidores para tirar Lula, da prisão” e “O STF ACABA DE ENTERRA A LAVA-JATO POR 6 VOTOS A 5”.

A magistrada tem prazo de 15 dias para prestar as informações solicitadas pela Corregedoria Nacional de Justiça.

Quem é ela

Gabriela Hardt é juíza substituta na 13ª Vara Federal de Curitiba. Ganhou notoriedade por substituir o juiz Sergio Moro no julgamento dos processos da Lava Jato entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano. 

Ela foi responsável por condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do sítio de Atibaia (SP) e por autorizar a prisão de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suposto operador de propinas do PSDB. 

A juíza foi alvo de críticas por ter homologado o polêmico acordo da Petrobras com a Justiça dos EUA que pretendia criar uma fundação privada para gerir R$ 2,5 bilhões da estatal como compensação por prejuízos causados a acionistas americanos. 

O acordo, tutelado pela força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, foi suspenso nesta sexta-feira (15) por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.

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