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| Foto: Divulgação/MST

Um grupo de aproximadamente 600 mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) – boa parte com o rosto coberto por lenços – invadiu uma fábrica de água mineral da Nestlé, na cidade de São Lourenço, no Sul de Minas Gerais, na manhã desta terça-feira (20). O protesto é uma ação do MST contra “a entrega das águas às corporação internacionais” e as “negociatas que ocorrem no Fórum Mundial das Águas”, cuja 8ª edição ocorre em Brasília.

Segundo o MST, a unidade da Nestlé em São Lourenço foi alvo do protesto porque a exploração do produto no município, conhecido nacionalmente por suas reservas hidrominerais, afetou a disponibilidade do líquido aos moradores.

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“Antes de ser privatizada, a água era amplamente utilizada para tratamentos medicinais. Além da redução da vazão, nota-se a mudança no sabor da água, ou seja, a exploração está fazendo com que [o líquido] perca seus sais minerais”, segundo trecho de comunicado do MST.

A Nestlé mantém a fábrica em São Lourenço desde 1994, ano em que adquiriu as fontes minerais e o Parque das Águas de São Lourenço. O protesto começou por volta das 5 horas. Segundo a PM, as manifestantes deixaram a unidade por volta das 10 horas de forma pacífica. Uma vistoria detectou, no entanto, que um equipamento foi danificado.

A PM não soube informar à reportagem qual era o equipamento depredado e se o problema interrompeu as atividades da fábrica. Uma advogada do MST, que não foi identificada, foi responsabilizada pelo dano, informou a polícia.

Outro lado

A Nestlé Waters confirmou, por meio de nota, que parte das instalações de sua unidade fabril em São Lourenço foi atingida durante o ato do MST. A empresa, no entanto, não especificou os danos. “A companhia reitera que respeita a liberdade de expressão e opinião, mas lamenta que a manifestação tenha gerado danos nas instalações, local de trabalho de mais de 80 colaboradores”, disse.

A Nestlé informou, ainda, que está totalmente comprometida com a administração sustentável dos recursos hídricos e o direito humano à água. Reiterou que em todos os locais onde extrai água, realiza estudos de recursos hídricos e monitora frequentemente as retiradas para garantir que não afetem as bacias hidrográficas locais e os aquíferos.

O MST foi procurado, mas até esta publicação ainda não havia se manifestado.

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