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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A tendência do atual Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal é de não reconduzir nenhum dos quatro vice-presidentes do banco que foram afastados de seus cargos por 15 dias. Integrantes do colegiado, ouvidos reservadamente pela reportagem, disseram que o propósito é destituir definitivamente todos os executivos citados em investigações do Ministério Público Federal. A avaliação deles é de que a volta de dirigentes sob suspeita compromete a imagem do banco, que passa por um momento delicado, de ajuste às novas regras internacionais de solidez bancária.

Além disso, a eventual manutenção dos dirigentes poderia motivar ações do Banco Central e da Procuradoria da República no Distrito Federal, que recomendaram as exonerações.

A Lei 4.595, de 1964, que dispõe sobre as instituições financeiras, prevê que diretores de bancos públicos devem ter reputação ilibada, não podendo pesar contra eles notícias de envolvimento em corrupção e em casos de ingerência política na gestão, como ocorreu no caso da Caixa.

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Investigação interna

Partiu do próprio conselho a iniciativa de estimular investigações internas do banco, que indicaram possíveis irregularidades na gestão e em operações da instituição. O afastamento dos vices foi anunciado pelo presidente Michel Temer na terça-feira (16), após a Folha de S.Paulo revelar que o BC havia sugerido a troca dos vices.

Após a decisão, o governo informou que o novo estatuto deve ser aprovado na sexta-feira (19). O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, disse que a atribuição de nomear e exonerar vice-presidentes deixará de ser do presidente da República e passará a ser do Conselho de Administração.

O documento prevê a necessidade de tornar objetiva a escolha dos 12 vices da Caixa. Atualmente, quase todos são apadrinhados de partidos políticos.

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Caixa nomeia interinos para vagas de vices afastados

A Caixa anunciou os nomes dos quatro interinos para ocupar os cargos dos vice-presidentes afastados temporariamente. Eles serão substituídos por diretores, que integram o segundo escalão das vice-presidências.

O diretor de Banco Corporativo, Luiz Gustavo Silva Portela, ocupará a vaga do vice Corporativo, Antônio Carlos Ferreira. O diretor de Fundos de Governo, Valter Gonçalves Nunes, exercerá as funções de Deusdina Pereira (Fundos de Governo e Loterias). O diretor de Clientes e Canais, Ademir Losekann, será o substituto de José Henrique Marques da Cruz (Clientes, Negócios e Transformação Digital) e o diretor de Serviços de Governo, Roberto Barros Barreto, o de Roberto Derziê de Sant Anna (Governo).

As portarias de nomeação serão assinadas pelo presidente da Caixa, Gilberto Occhi, ainda nesta quarta e valem por 30 dias. Após esse período, caso haja necessidade, as designações passam a ser de competência do Conselho de Administração do banco.

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