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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A última semana do mês de julho deve ser ainda de agenda tranquila, devido ao recesso do Congresso e do Judiciário, mas será a reta final para negociações dos deputados indecisos sobre a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, programada para o dia 2 de agosto. Nesta semana, serão intensas as conversas nos bastidores para firmar apoios ente os deputados indecisos. Entre essas movimentações está a aproximação dos tucanos, que estão divididos. Esse embate pode causar um racha maior com o governo, levando Temer a tirá-los de cargos para agradar aos políticos do Centrão.

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Nesse movimento de aproximação do PSDB, Temer deverá fazer um aceno ao ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). Pode ocorrer nesta semana a viagem de Temer a Caruaru (Pernambuco), para entregar o primeiro lote de cartões-reforma no reduto eleitoral do tucano. O Palácio do Planalto informou neste domingo que ainda não há previsão da visita, que aconteceria na semana passada e foi desmarcada.

A posição do PSDB, partido aliado ao governo Temer e que ocupa quatro ministérios, tem incomodado outros aliados, que avaliam que os tucanos não merecem tanto espaço na Esplanada dos Ministérios se não querem apoiar o presidente na votação.

Com o discurso de que seguem na base de apoio a Temer para aprovar as reformas econômicas, o partido deve liberar seus deputados para votar como quiserem no plenário no dia 2 de agosto a denúncia contra Temer por corrupção, enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas o partido está numa saia justa: o relatório que será votado é de um tucano, o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), aliado do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O relatório de Abi-Ackel foi lido e aprovado após a derrota do relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que era favorável à denúncia.

Rodrigo Maia é amigo ou inimigo de Temer?

A semana de recesso parlamentar também pode servir para que Temer siga fazendo gestos de aproximação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No final da semana passada, quando Maia afirmou que a sessão de votação da denúncia em plenário ficaria apenas para agosto, estavam intensas as especulações sobre o descolamento de Maia e Temer. Porém, a atuação próxima de Temer e atenção aos pleitos de Maia – como sua participação em reuniões para anunciar medidas que favorecem o estado do Rio de Janeiro – reduziram as especulações.

Na economia, a semana de 24 a 28 de julho trará a divulgação dos principais indicadores econômicos, inclusive o anúncio na taxa básica de Juros, a Selic, que vigorará pelos próximos 45 dias. Com a inflação ajustada e o crescimento econômico ainda patinando, os analistas de mercado esperam novo corte da Selic, que hoje está em 10,25% ao ano.

No final da semana é esperado que o Ministério do Planejamento detalhe entre os ministérios o corte de despesas discricionárias, anunciado na quinta-feira (20), de R$ 5,9 bilhões.

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