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 | MAURO PIMENTEL
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| Foto: MAURO PIMENTEL AFP

Embora o presidente eleito, Jair Bolsonaro, repita por ai que não vai se meter nas disputas pelas Presidências do Congresso, interlocutores vêm atuando de perto em seu nome. Um de seus filhos, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), eleito senador, conversou nesta terça-feira (4) com um nome cotado na disputa ao comando do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), com a intenção de se contrapor a um do prediletos na corrida, Renan Calheiros (MDB-AL). 

Flávio já disse que não teria problemas em apoiar Renan, que já presidiu a Casa quatro vezes. Nas últimas semanas, contudo, tem mudado o discurso. 

A conversa com Tasso foi breve, segundo pessoas que estiveram presentes, e tratou basicamente de formar uma frente que se contraponha à política que vem sendo feita no Senado, que o grupo de Bolsonaro costuma chamar "barganha", "toma lá, dá cá". 

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Jair Bolsonaro tem apostado na renovação de 81% da Casa para conseguir traçar uma nova forma de negociação com os parlamentares de lá. 

Tasso Jereissati, que não se manifestou ainda sequer sobre a possibilidade de realmente lançar uma candidatura, ouviu Flávio Bolsonaro, mas não teria lhe dado nenhuma resposta. Deixou o canal de diálogo aberto. 

Outro ponto de vista 

O PSDB, partido do senador cotado para a disputa no Senado, passa por um processo importante de renovação interna. Após a eleição deste ano, com a campanha derrotada de Geraldo Alckmin à Presidência da República, o comando do partido, hoje em suas mãos, deve migrar para o governador eleito de São Paulo, João Dória. Essa mudança pode fazer com que as forças tradicionais tucanas, que se acostumaram com uma distribuição entre o grupo de Alckmin, José Serra e Aécio Neves, precisem se redistribuir. 

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Tasso é aliado a Aécio que também se enfraqueceu com denúncias da Lava Jato. Inclusive, deixa no próximo ano o Senado. Foi eleito a deputado federal. 

Os tucanos não decidiram - e não devem definir tão cedo - se vão embarcar no governo. A tendência é que assumam uma postura de neutralidade e se firmem ao centro num primeiro momento, ao menos publicamente. 

Na terça (4), o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, indicou um ex-candidato ao governo do Ceará pelo PSDB, o general da reserva Guilherme Theophilo na Secretaria Nacional da Segurança Pública. Após ser derrotado, ele se desfiliou do partido. O gesto foi visto como um aceno ao partido, negado pela equipe de Bolsonaro.

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