• Carregando...
Caminhões parados em maio: Copom diz que greve vai gerar inflação temporária e que impactos sobre a economia ainda não estão claros. | Roberto Parizotti/Fotos Públicas
Caminhões parados em maio: Copom diz que greve vai gerar inflação temporária e que impactos sobre a economia ainda não estão claros.| Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (20), por unanimidade, manter a taxa Selic em 6,50% ao ano. A pressão inflacionária provocada pela greve dos caminhoneiros, que causou desabastecimento no país, foi um dos motivos que levaram o Copom a manter a Selic inalterada.

É o segundo mês seguido que o Copom não mexe nos juros. Em maio, o BC surpreendeu o mercado ao tomar essa posição, pois a expectativa era de que cortasse pos juros para 6,25%.

Para BC, impacto da greve dos caminhoneiros ainda não está claro

Em nota, o Copom justificou que a recuperação da economia brasileira está num ritmo menor do que o esperado. E citou a greve dos caminhoneiros como um dos fatores para manter os juros: “A paralisação no setor de transporte de cargas no mês de maio dificulta a leitura da evolução recente da atividade econômica. Dados referentes ao mês de abril sugerem atividade mais consistente que nos meses anteriores. Entretanto, indicadores referentes a maio e, possivelmente, junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação. O cenário básico contempla continuidade do processo de recuperação da economia brasileira, em ritmo mais gradual”.

O BC destacou ainda que a greve dos caminhoneiros trouxe a preocupação de que haja uma alta temporária da inflação – embora as taxas de reajuste de preços em geral estejam baixas. Segundo o Comitê, a previsão de inflação para 2018 é de 3,9%. Para 2019, de 4,1%

Outro fator elencado pelo Copom para manter a Selic foi “a frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira”.

O Copom também destacou que o cenário externo está instável, exigindo prudência para que não haja fuga de capitais do Brasil. “A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes”.

Taxa de juros deve se manter a mesma até o fim do ano

O BC projetou ainda que a Selic vai se manter em 6,50% até o fim do ano e, para 2019, tende a subir para 8,0%. O dólar deve fechar 2018 em R$ 3,63 ficar em R$ 3,60 em 2019. No cenário com juros constantes a 6,50% a.a. e taxa de câmbio constante a R$/US$ 3,70*, as projeções situam-se em torno de 4,2% para 2018 e 4,1% para 2019.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Carlos Viana de Carvalho, Carolina de Assis Barros, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]