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 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

“Nós somos uma escola para pessoas insatisfeitas. Para pessoas que não se contentam com o médio. Que estão cansadas do tradicional. Que têm sede de crescer. Que estão com disposição para colocar a mão na massa. Que não ficam de mimimi e querem fazer acontecer.”

Na carona do “life coaching” (treinamento de vida), assim se autodenomina a escola Conquer, uma “aceleradora de pessoas”.

Em breve, os alunos contarão com uma presença especial: o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, será um dos professores do curso “Conquer Leadership Experience” (experiência de conquista de liderança).

Entre os responsáveis pelo curso estão sócios de multinacionais, responsáveis por departamentos de Recursos Humanos e até um ex-lutador de UFC.

O curso tem dez mandamentos. Entre eles, “Eu trabalharei duro e sem mimimi”, “Eu vou falhar e falhar de novo até chegar lá”, “Eu conquistarei os meus objetivos de forma ética e honesta” e “Eu serei protagonista da minha vida”.

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Com início na próxima segunda-feira (19) e custo aproximado de R$ 3,2 mil, o programa tem duração de oito semanas e promete transformar profissionais em líderes de alto impacto.

Entre os temas, estão “Todo mundo quer ter uma recompensa”, “Quer inovar hoje? pergunte-me como”, “Quebrando a bola de cristal”, “O sábio” e “Os 10 sabotadores”.

A escola diz que aplica metodologia própria desenvolvida no Vale do Silício, região dos Estados Unidos que concentra empresas de alta tecnologia.

Segundo a Conquer, as aulas desenvolvem habilidades não ensinadas nas instituições de ensino tradicionais, como oratória, liderança, produtividade, inteligência emocional e persuasão.

Dallagnol anunciou nas redes sociais sua participação no curso, afirmando que é indispensável melhorar a qualidade da educação, o que envolveria ampliar o currículo tradicional.

“Parece-me inconcebível, por exemplo, que não tenhamos no currículo de nossos cursos de direito o ensino sobre negociação, tema que estudei por conta própria quando estava em Harvard [EUA] e que é uma habilidade básica para o operador do direito”, escreveu.

A assessoria do MPF-PR não respondeu se o procurador será pago. O órgão disse, em nota, que é legítimo e comum que procuradores e juízes lecionem palestras, remuneradas ou não. “A possibilidade encontra amparo na Constituição, nas regras do CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público] e em decisões do órgão.”

No passado, Dallagnol disse que a maior parte das suas palestras é gratuita.

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